Apesar de crise, Brasil e Argentina vão assinar acordo automotivo
A crise na Argentina derrubou a produção de veículos no Brasil, mas o mercado interno deve fechar 2019 com alta de 11% nas vendas. As montadoras fabricaram, em agosto, 269 mil carros comerciais leves, caminhões e ônibus. O número representa uma de queda de 7,3% sobre o mesmo período do ano passado.
De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o número é o reflexo das exportações em baixa. “A dependência do mercado argentino no nosso setor é muito alto, cerca de 70% da nossa exportação é para lá. A Argentina está passando por diversas situações agora e é um desafio para o setor automobilístico. Nós não vemos no curto prazo uma solução que possa ter um impacto positivo nas nossas exportações.”
Mas, de acordo com Luiz Carlos, o mercado interno reage. “A gente vê com bons olhos. Estamos prevendo um crescimento de cerca de 11% pra esse ano, até o acumulado desse mês estamos com 10%. O segundo semestre costuma ser melhor para o setor em relação ao primeiro semestre. A redução da Selic está vindo para os financiamentos, o CDC também, bancos estão com apetite de oferecer mais crédito, a inadimplência está sob controle. Não vai ser um grande crescimento, mas será melhor. ”
Em 2019 já foram fabricados 2 milhões de veículos, uma alta de 2% em relação ao mesmo período de 2018. Nesta sexta-feira (6), o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro de Produção e Trabalho da Argentina, Dante Sica, celebram um acordo automotivo entre os países. O acordo será fechado com regras que impõe limites as exportações. O setor automotivo brasileiro deseja o livre-comércio com o país vizinho.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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