Apesar de divisões na votação, relator na CCJ diz que PSDB sai como “partido plural”

  • Por Jovem Pan
  • 03/08/2017 06h17 - Atualizado em 03/08/2017 10h54
Luis Macedo/Câmara dos Deputados "Estou convencido de que o presidente deve responder ao processo no dia seguinte que deixar de ser presidente”, disse o relator que recomendou ao plenário o arquivamento da denúncia

Ninguém perdeu mais neste processo em que a Câmara arquivou a primeira denúncia contra Michel Temer do que o PSDB. Se dividiu.

Foi muito trabalho para o líder, e a situação chegou ao ponto em que Ricardo Trípoli não reunia na mesma sala os chamados “cabeças pretas” pela abertura do processo contra o presidente, e os “cabeças brancas”, grupo que ficou em defesa de Temer. Era sinal de briga.

O líder desautorizou o relator vencedor, o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). Ele, segundo o Tripoli, não falou em nome do partido quando apresentou e aprovou o relatório na CCJ e no plenário.

Assim, Tripoli encaminhou a abertura para a bancada, ou seja, cada deputado votaria como quisesse. O relator, Abi-Acklel, disse que está certo de que usou as tintas certas, sem constrangimentos: “só ficaria constrangido se eu ficasse contra a minha consciência e contra meus conhecimentos jurídicos adquiridos ao longo de décadas de atuação profissional. Estou convencido de que o presidente deve responder ao processo no dia seguinte que deixar de ser presidente”.

Sobre o PSDB, Abi-Ackel disse que deu demonstração que sai da votação como um “partido plural, que não tem dono, que não tem chefe”: “Depois dos episódios de divisão interna, pode ter processo de reunificação em torno de outros temas”, disse.

O desafio de Temer agora é beneficiar os aliados de primeira hora. Hoje são os que fizeram parte da tropa de choque.

*Informações do repórter José Maria Trindade

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