Apesar do acordo com a UE, futuro do Brexit segue incerto a poucos dias da data limite
As chances do Brexit realmente ocorrer no próximo dia 31, como tanto propagandeou o primeiro-ministro britânico, estão cada vez menores. Boris Johnson apresentou na última segunda-feira (21) o projeto de lei com o acordo firmado entre ele e os europeus.
Para que o divórcio ocorra de fato até a próxima quinta-feira (31) será necessário que a Câmara dos Comuns aceite o calendário de trabalho proposto pelo Governo. Isso implicaria analisar, discutir e votar o texto nos próximos três dias com sessões varando a noite na Casa.
Os parlamentares devem decidir nesta terça (22) se concordam ou não com o plano do primeiro-ministro. Olhando o retrospecto dele na Câmara, parece muito pouco provável que Johnson comece a vencer alguma coisa logo agora.
Na prática é notável que o ambiente no Reino Unido está cada vez mais favorável para que o acordo com a Europa seja mesmo aprovado.
Ocorre que este é um daqueles momentos em que uma nação define seu futuro e consequências que terão impactos geracionais. Por isso poucos se mostram confortáveis em correr com o debate logo agora só para satisfazer a retórica do chefe de Governo.
O cenário mais provável que se desenha no momento é o de Brexit com acordo mesmo, mas só em 2020. Agora, não da para cravar nada. Até porque também é preciso combinar com a União Europeia, que espera mais definições em Londres, antes de explicitar seus próximos passos.
No meio disso tudo ainda existe a possibilidade de uma eleição geral ser convocada já para as próximas semanas.
O que resta claro nesta história toda é que, na prática, a Grã-Bretanha ainda vai permanecer atrelada a União Europeia por um tempo considerável.
O acordo de separação prevê um período de transição até o fim do ano que vem – prorrogável por mais dois anos.
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