Aplicativo que simula ‘amigo virtual’ vira febre nos EUA

Com a troca de mensagens, o robô vai incorporando a sua personalidade e acaba se tornando uma forma de clone, por isso é chamado de Replika; no Brasil o aplicativo está disponível, mas só funciona em inglês

  • Por Jovem Pan
  • 13/07/2020 08h51 - Atualizado em 13/07/2020 09h30
Pixabay Pessoa segurando celular O interessante é que o robô acaba se tornando uma forma de clone seu, por isso é chamado de Replika

Neste ano, quando muitas precisaram ficar em casa pela pandemia da Covid-19, a tecnologia se tornou ainda mais importante. Nos Estados Unidos tem gente lidando com a solidão de um jeito inusitado com a ajuda de aplicativos. As pessoas estão usando o celular para falar não só com os amigos e com a família, mas com amigos virtuais que são bots, robôs com inteligencia artificial que simulam interações humanas.

O Replika, desenvolvido por uma startup da Califórnia, deixa você criar e conversar com um amigo virtual. Criado em 2017, o aplicativo está fazendo sucesso agora, durante a pandemia. No Brasil, é possível baixar o aplicativo, mas por enquanto ele só funciona em inglês. A funcionalidade permite que você escolha a aparência do seu amigo, ou amiga, virtual; o corte e a cor do cabelo também podem ser alterados, assim como a cor dos olhos e o nome para o seu companheiro. Depois disso, a conversa começa.

O amigo virtual, além de conversar sobre os seus assuntos preferidos, também fala sobre suas preferências. O interessante é que o robô acaba se tornando uma forma de clone seu, por isso é chamado de Replika. Com o tempo, com base nas mensagens que você manda, o seu amigo virtual vai incorporando a sua personalidade.

A psicóloga diz que o aplicativo pode ser interessante para que as pessoas falem mais sobre elas mesmas. “Como o aplicativo vai me desafiando a falar de mim, então se eu sou uma pessoa que fala pouco de mim, eu vou gostando do aplicativo de uma maneira divertia, e eu posso ter um estímulo para começar a falar um pouco de mim, considerando que eu realmente não tenha ninguém para conversar.”

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos está fazendo um estudo sobre saúde mental em meio à pandemia. De abril a maio, 35,9% dos entrevistados pela pesquisa demonstraram algum sintoma de ansiedade ou depressão. No fim de junho, o percentual subiu para 38,5%. Em Nova York, pela preocupação com a saúde mental dos moradores, a prefeitura promove programas específicos para lidar com a saúde mental, disponibilizando conselheiros treinados para conversar com a população.

*Com informações da repórter Mariana Janjácomo 

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