Após ação do STF, transportadoras querem valor de referência na tabela do frete
As transportadoras defendem valores de referência não obrigatórios em meio a indefinições após o adiamento do julgamento da tabela do frete. O Supremo Tribunal Federal retirou da pauta as ações que deveriam ter sido julgadas na quarta-feira passada (4), sem data para reinclusão.
O Governo chegou a alterar os índices da tabela em julho, mas voltou atrás depois que caminhoneiros autônomos consideraram os valores muito baixos. Com isso, continua vigorando a norma editada no governo Temer, no fim da greve de 2018 com reajustes pela variação do óleo diesel.
O panorama atual traz insatisfação às empresas que contratam caminhoneiros, e acusam uma defasagem de 16% na comparação entre o que elas pagam e recebem de frete.
O presidente do Setcesp, o sindicato das transportadoras de São Paulo, Tayguara Helou, defende uma tabela com valores não obrigatórios, mas com responsabilidades. “Quem contratar um frete abaixo do custo se responsabiliza 100% com aquela operação em caso de acidente, impacto ambiental, danos materiais público e privado. Quando se opera acima daquele custo, se aplica a legislação atual do setor.”
Os transportadores também questionam a composição dos custos para a tabela. O conselheiro gestor da empresa RGLog Transportes, Ricardo Melchiori, considera que não deve ser considerado um custo fixo para o caminhão para preços mínimos de frete.
Já o movimento dos caminhoneiros está dividido em duas alas. Enquanto uma parte dos autônomos continua aguardando e mantém tratativas com a gestão Bolsonaro, a outra defende iniciativas mais diretas.
Motoristas fizeram paralisações pontuais na quarta-feira passada no Paraná e em São Paulo. Os participantes dos atos consideram que o Governo não tem cumprido as promessas referentes à tabela do frete.
*Com informações do repórter Tiago Muniz
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