Após ação nas redes sociais, ONG Casa 1 atinge meta de arrecadação e continua com projetos sociais em SP

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2019 06h26 - Atualizado em 25/03/2019 07h21
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Reprodução A ONG, criada em janeiro de 2017, atende jovens entre 18 e 25 anos que foram expulsos de casa por causa da orientação sexual ou identidade de gênero

Menos de um mês após anunciar que fecharia as portas, a Casa 1 conseguiu atingir a meta de doações e vai continuar funcionando até, pelo menos, 2020. A ONG, criada em janeiro de 2017, atende jovens entre 18 e 25 anos que foram expulsos de casa por causa da orientação sexual ou identidade de gênero.

O projeto consegue acolher 20 moradores por vez, oferecendo casa, roupa, materiais de higiene, comida, atividades culturais e oportunidades. No total, mais de 200 pessoas passaram pelo centro de acolhida em São Paulo. Mas, desde o fim do ano passado, as parcerias com empresas e as doações diminuíram.

Alvina Cirilo atua como assistente técnica na Casa 1 e explicou a importância do centro de acolhida: “ninguém vem morar aqui porque está feliz. Cada um tem sua história de vida. É momento de acolhimento”.

Quando a equipe da Casa 1 percebeu que não daria conta de manter todas as atividades, resolveu pedir ajuda nas redes sociais. A expectativa era atingir a meta de R$ 50 mil por mês. Mas a repercussão foi tão grande, que a ajuda até ultrapassou o valor.

O assistente de programação do centro cultural da Casa 1, Angelo Castro, contou que o resultado surpreendeu: “muitas pessoas procuraram a gente para contribuir de alguma forma. Foi muito bonito de ver essa mobilização maior que a gente esperava”.

O resultado veio após grande mobilização de apoiadores dentro e fora das redes sociais.

A Casa 1 também é um centro cultural que recebe cerca de 40 crianças por dia, atende mais de 100 pessoas em situação de rua, oferece aulas e cursos gratuitos para, pelo menos,350 alunos, além de prover atendimento psicológico para 70 pacientes.

A psicóloga Letícia Ferreira, que coordena o núcleo de saúde mental, explicou como funcionam os atendimentos: “a gente entra em contato com apessoa, tenta entender disponibilidade dela e tenta ver o profissional disponível com o horário para o primeiro atendimento”.

A equipe hoje conta com sete profissionais voluntários. Com a nova meta de R$ 130 mil em doação mensal, será possível ampliar as ações da ONG, além de empregar formalmente alguns voluntários que são funcionários fixos da Casa e recebem apenas uma ajuda de custo.

Iran Giusti, idealizador da Casa 1, costuma dizer que a criação do centro de acolhida foi um processo orgânico. No ano passado, quando conversou com a Jovem Pan, Iran contou que percebeu gargalos nas políticas de acolhida para a comunidade LGBT. Ele entendeu que era necessário ampliar a oferta de cultura para integrar a sociedade: “não dá para a gente fazer espaço de referência se você não estabelece diálogo com o entorno”.

Atualmente existem algumas formas de manter a ONG funcionando. A primeira se baseia nas doações mensais por meio do financiamento coletivo no site www.benfeitoria.com/casa1. É possível também realizar doações esporádicas em dinheiro ou em materiais. Outra forma de ajuda são as parcerias com a iniciativa privada.

*Informações da repórter Marcella Lourenzetto

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