Após aprovar nova Constituição, Cuba mira investimentos externos

  • Por Jovem Pan
  • 24/07/2018 08h32
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EFE/Yander Zamora cuba PIB cubano cresceu 1,1% no primeiro semestre, menos que os 2% previstos pelo presidente Miguel Díaz-Canel

Com a nova Constituição aprovada em assembleia, Cuba busca mais investimentos internacionais e adequação à economia global. Aprovada no domingo, a carta magna será colocada em consulta popular daqui 20 dias.

O anteprojeto, que prevê reconhecimento à propriedade privada e a retirada da palavra “comunismo” do texto, foi bem recebido pela população, que após décadas de discriminação, também viu o país redefinir “casamento” como “união entre duas pessoas”. A medida é vista como um avanço, já que, em Cuba, homossexuais chegaram a ser internados em campos de trabalho forçado, na década de 1960.

Para o professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas, Oliver Stuenkel, o regime cubano busca adaptação aos novos tempos. “O projeto de reforma constitucional faz parte de uma tentativa do governo cubano em adequar a constituição à nova realidade e aos anseios da população”, disse.

Stuenkel destaca, porém, que a nova Carta Magna não prevê mudanças no que diz respeito à liberdade de imprensa. Por outro lado, para o professor de história e relações internacionais da Unesp, Luis Ayerbe, a discussão do regime no momento deverá ser em torno da denominação do Partido Comunista.

“Na medida em que o comunismo já não é mais o objetivo final da revolução, perde sentido manter a denominação. Ele teria que passar a se denominar Partido Socialista”, destacou.

Luis Ayerbe aponta que o termo “socialismo”, que substitui “comunismo” na Carta Magna, prevê um período de transição para o capitalismo. Após a consulta popular, as mudanças na Constituição devem passar por referendo nacional ainda neste ano.

A discussão cresce em um momento em que o governo cubano lamenta um crescimento econômico abaixo da expectativa. O PIB do país cresceu 1,1% no primeiro semestre, menos que os 2% previstos pelo presidente Miguel Díaz-Canel.

O regime cubano espera crescimento de até 7% ao ano para se desenvolver e se recuperar do colapso da União Soviética e da crise da Venezuela.

*Com informações do repórter Matheus Meirelles

 

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