Após ausência, presidente de CPI quer “convocação coercitiva” de curador da Queermuseu

  • Por Jovem Pan
  • 05/10/2017 08h36 - Atualizado em 05/10/2017 11h47
Reprodução/Facebook Convocado para ser ouvido na comissão, Fidelis não compareceu, o que deixou o senador irritado

O presidente da CPI dos maus tratos a crianças e adolescentes, senador Magno Malta (PR), propôs na quarta-feira (04) que os parlamentares autorizassem a condução coercitiva do curador da Queermuseu, Gaudêncio Fidélis ao Senado.

Convocado para ser ouvido na comissão, Fidélis não compareceu, o que deixou o senador irritado: “na presidência da CPI, eu sou o juiz. Eu só passo essas informações para que essas pessoas saibam que eles não estão lidando com um idiota e nem com frouxo. O senhor vai vir, porque hoje votaremos a sua convocação coercitiva. O senhor virá com a Polícia Federal”.

Gaudêncio Fidélis faz a curadoria da exposição que foi fechada de forma antecipada no Santander Cultural, em Porto Alegre, depois de receber ataques nas redes sociais.

As acusações eram de que a mostra exibia conteúdos de pedofilia, zoofilia e blasfêmia. E voltaram à tona esta semana depois que o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, divulgou um vídeo em que criticava a possibilidade de reabertura da exposição no Museu de Arte do Rio, o MAR.

Confira o vídeo abaixo:

Não é legal estimular uma criança a tocar em um homem nu em "nome da arte".É preciso respeitar a família, vamos cuidar das nossas crianças!

Publicado por Marcelo Crivella em Domingo, 1 de outubro de 2017

Em nota divulgada à imprensa, o Museu de Arte do Rio afirma que, por ser um órgão da administração pública municipal, irá cumprir a ordem da ordem da Prefeitura de não realizar a exposição Queermuseu.

O documento, no entanto, afirma que os debates propostos pela arte não devem ser interrompidos. E que silenciar as discussões incômodas é não encarar os conflitos inerentes à sociedade.

*Informações da repórter Helen Braun

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