Após fuga do Japão, Ghosn dá primeira entrevista coletiva nesta quarta

  • Por Jovem Pan
  • 08/01/2020 07h03 - Atualizado em 08/01/2020 07h29
EFE O empresário teria conseguido escapar do país com a ajuda de uma empresa de segurança em um jatinho privado que fez escala na Turquia

As atenções de boa parte da imprensa mundial estão voltadas para a capital do Líbano, Beirute, onde Carlos Ghosn deve quebrar o silêncio após a fuga cinematográfica do Japão. Uma entrevista coletiva está marcada para as 15h, no horário local (10h no horário de Brasília).

Ele vai falar oficialmente pela primeira vez desde que foi preso pela Justiça japonesa em novembro de 2018.

O caso do executivo que comandou as fabricantes Renault-Nissan vai ganhando novos contornos. Agora Carole, a mulher de Ghosn, é alvo de mandado de prisão pelas autoridades japonesas acusada de falso testemunho. Um porta-voz da família classificou o pedido como ‘patético’.

A acusação diz que ela mentiu ao falar que desconhecia ou que não se encontrou com pessoas ligadas a uma empresa que recebeu pagamentos da Nissan Motor, parte dos quais foi transferida subsequentemente a uma firma de Ghosn.

O alto escalão do Ministério da Justiça japonês está estudando as leis do país do Oriente Médio a fim de encontrar uma forma de levá-lo de volta ao Japão com o objetivo de colocá-lo na cadeira dos réus no julgamento. O casal está há uma semana no Líbano, depois dele ter fugido de Tóquio.

Em entrevista concedida em junho deste ano, Carole afirmou que não via o marido há meses e negou que fosse cúmplice, enfatizando que era mera dona de casa.

Entenda

Alvo de quatro acusações de crimes financeiros e em prisão domiciliar sob fiança desde abril de 2019, Ghosn vivia com alguma liberdade de movimento no Japão — mas sob condições restritas.

O empresário teria conseguido escapar do país com a ajuda de uma empresa de segurança em um jatinho privado que fez escala na Turquia. Nascido no Brasil, Carlos Ghosn disse, através do comunicado, que “escapou da injustiça”.

Há um ano, em janeiro de 2019, ele se pronunciou pela primeira vez diante de um juiz na Corte de Tóquio para se defender. Na ocasião, destacou que havia sido detido injustamente, com base em acusações equivocadas e infundadas.

Os japoneses indicam que farão de tudo para obter a extradição do executivo. O governo libanês não se pronunciou sobre a solicitação de prisão pela Interpol contra Ghosn.

*Com informações do repórter Daniel Lian

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