Após tiroteios, Trump condena discurso ‘supremacista branco’ e ‘ódio racista’

  • Por Jovem Pan
  • 06/08/2019 07h42 - Atualizado em 06/08/2019 10h34
EFE Presidente dos EUA mudou tom do discurso sobre armas

Depois de dois tiroteios em menos de 13 horas deixarem dezenas de mortos nos Estados Unidos, o presidente do país, Donald Trump, condenou o racismo, a intolerância e a supremacia branca. O líder norte americano fez um pronunciamento nesta segunda-feira (5), dizendo que o ódio não tem lugar na América.

“O atirador em El Paso publicou um manifesto online, consumido pelo ódio racista. Em uma voz, nossa nação deve condenar o racismo, o fanatismo e a supremacia branca. Essas ideologias sinistras devem ser derrotadas. O ódio não tem lugar na América. O ódio distorce a mente destrói o coração e devora a alma”, declarou Trump.

Durante o pronunciamento, o presidente não repetiu o pedido que fez mais cedo, pelo Twitter. Na rede social, ele declarou que republicanos e democratas deveriam trabalhar juntos no endurecimento do controle de armas de fogo, defendendo que partidos se unam para “aprovar verificações de antecedentes mais rígidas, talvez atrelando essa legislação com a reforma migratória”.

Apesar da aparente mudança de postura em relação à política de armas, o professor de Relações Internacionais da ESPM, Gunther Rudzit, avalia que Trump mantém dois discursos paralelos. O objetivo, segundo ele, é agradar a base aliada, enquanto acena a republicanos mais moderados e até para alguns democratas. Nas mensagens de Trump, não ficou claro que tipo de mudanças nas políticas de armas seriam propostas.

Durante o pronunciamento, o presidente norte-americano também enfatizou que jogos de videogames, a facilidade da internet e problemas de sanidade poderiam levar à violência Para ele, o que puxa o gatilho é o ódio e doenças mentais, não a arma.

O presidente da Everytown for Gun Safety, um grupo de controle de armas, rebateu o presidente, dizendo que “isso não é sobre saúde mental, nem videogames e nem filmes”, mas sim sobre o fácil acesso a armas. Já a Associação Nacional do Rifle, NRA na sigla em inglês, seguiu a linha de que saúde mental pode ser uma das causas dos atos de violência.

O autor do ataque em El Paso, no Texas, se rendeu após atirar contra dezenas de pessoas em um supermercado no sábado (3). Antes do atentado, o assassino, de 21 anos, havia publicado um manifesto online com discurso de ódio contra imigrantes. Entre as vítimas do atentado estão mexicanos.

O presidente do país vizinho, Manuel López Obrador, lamentou as mortes e se colocou à disposição para ajudar os Estados Unidos com a legislação de controle de armas do México. “Também de maneira muito respeitosa nós podemos enviar informações sobre nossa legislação e procedimentos que se seguem nesta matéria”, disse.

O atirador de Dayton, em Ohio, usou um rifle de assalto e tinha mais de duzentos cartuchos de munição durante o ataque na madrugada de domingo (4). Ele foi morto pela polícia e as autoridades ainda investigam o motivo da ação.

*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto 

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