Araújo nega que entraves políticos atrasem negociações com Índia e China

A análise do ministro é que ‘há realmente uma demanda muito grandes por esses insumos’ no mundo

  • Por Jovem Pan
  • 21/01/2021 07h08 - Atualizado em 21/01/2021 10h31
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José Cruz/Agência Brasil O ministro das Relações Exteriores; Ernesto Araújo O chanceler alega que não verificou “nenhum percalço nesse sentido”

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, negou que problemas diplomáticos estejam atrasando as negociações com China e Índia para liberar insumos das vacinas contra a Covid-19. Segundo ele, não foi identificado “nenhum problema de natureza política em relação ao fornecimento desses insumos provenientes da China”. O chanceler alega que não verificou “nenhum percalço nesse sentido” e que a análise “é de que realmente há uma demanda muito grande por esses insumos, evidentemente, nesse momento no mundo”.

As explicações foram dadas em reunião informal com a comissão externa da Câmara que debate a pandemia. Já o governo federal, em nota, diz que por meio da embaixada do Brasil em Pequim, o Itamaraty “tem mantido negociações com o Governo da China”. Uma conferência telefônica com o embaixador foi realizada nesta quarta-feira, 20, com participação do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. De acordo com a embaixada, eles “conversaram sobre a cooperação antiepidêmica e de vacinas entre os 2 países”.

Também nesta quarta, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, recebeu o embaixador chinês. Apesar de não ter dado um prazo para a entrega dos insumos, Maia disse que a reunião foi “muito positiva” e que “não há nenhum obstáculo político”, apenas a tramitação técnica do processo está atrasada. Porém, ele criticou o ministro Ernesto Araújo. “A única questão é que a impressão que dá, ele não falou nada disso, é a falta de diálogo com governo com a embaixada. É incrível como a questão ideológica para alguns prevalece em relação à importância de salvar vidas.”

O Fórum Nacional dos Governadores também se movimentou para resolução da situação. Uma carta assinada por todos os governantes dos estados solicita que seja avaliada a possibilidade de “diálogo diplomático com os governos dos países provedores dos referidos insumos, sobretudo China e Índia, para assegurar a continuidade do processo de imunização no País”. O governador do Piauí, Wellington Dias, também menciona negociações pela vacina Sputnik V. “Para que a gente possa ter esse diálogo com o governo da China, da Índia, da Rússia, para entrega do IFA, das condições de vacina tanto da AstraZeneca, da CoronaVac, como da Sputnik”, disse. Procuradores do Ministério Público nos estados pediram que o procurador-geral da República, Augusto Aras, também adote medidas. Eles sugerem ao PGR atue para agilizar a entrega da matéria-prima a ser importada da China para a produção das vacinas. O grupo também quer que o Ministério da Saúde e o Ministério das Relações Exteriores informem sobre as medidas que estão sendo adotadas para que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) receba os insumos.

*Com informações do repórter Lervy Guimarães

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