Artistas de rua compõem trilha sonora da cidade de SP; produtor ressalta foco na ‘formação de público’
Ser artista de rua em São Paulo é tocar para uma plateia sempre em movimento. A correria do dia a dia não permite que as pessoas fiquem de bobeira, mas apesar disso, quem não gosta de ouvir uma boa música, mesmo que por pouco tempo?
Com apresentações na Avenida Paulista todos os dias, principalmente aos domingos, Gisele Lira de 26 anos canta desde os 5 e se tornou profissional em 2015. No ano passado, ela participou do programa The Voice.
“Foi uma das melhores coisas que aconteceu pra mim e participar do programa me fez amadurecer muito como artista”, contou. Ela assumiu que falta apoio do governo para cantar nas ruas da cidade: “a gente está trabalhando, seria importante ter esse acompanhamento mais de perto”.
Nalla tem 22 anos e se tornou artista de rua em 2017. Sorridente, ela disse que ganha mais cantando na paulista do que imaginava: “até eu que antes de começar a trabalhar na rua não tinha certeza se conseguiria ter renda. Mas é uma renda como em qualquer outro tipo de trabalho, e até maior”.
O saxofonista Danubio Pantoja faz parceria com Nalla há dois anos. Aos 32, e natural do Pará, ele veio para São Paulo para ter mais oportunidades e dar um futuro melhor pra sua família: “há sete anos vim só assistir o parto da minha filha e agora acabei ficando. Estudei na Casa da Cultura e aí passei a tocar clarinete também e me convidaram para participar de show de samba, que era só participação. Eu tinha 15 anos. De lá me chamaram para ficar na banda”.
O produtor musical Felipe Simas apoia a iniciativa da música de rua: “a primeira coisa do músico que quer ter carreira duradoura é pensar em formação de público, que é o maior ativo do artista. Levar essa música e buscar alcance maior é o que o artista tem que ter em mente”.
*Informações do repórter Victor Moraes
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