Ascensão da China é ameaça aos direitos humanos, diz HRW

  • Por Jovem Pan
  • 15/01/2020 08h51 - Atualizado em 15/01/2020 08h52
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Agência EFE Centenas de pessoas participaram de uma manifestação de resistência organizada por funcionários públicos em Hong Kong No último domingo (12), Keneth Roth tentou entrar em Hong Kong para divulgar o relatório, no entanto, foi barrado pelas autoridades

Foi divulgado nesta quarta-feira (14) o relatório anual da ONG Human Rights Watch que analisa a questão dos direitos humanos em mais de 100 países. A ONG acusou a China de usar o próprio poder econômico para estender ao resto do mundo a repressão que, segundo a HRW, é vivenciada no país.

A ONG entende que as ações de Pequim, principalmente na condução da repressão às manifestações em Hong Kong, violaram os direitos humanos. Para Keneth Roth, diretor executivo da Human Rights Watch, o país asiático vive o pior período de repressão das últimas décadas.

Segundo ele, há uma vigilância constante por parte do Estado. O diretor executivo da ONG disse ainda que cerca de um milhão de muçulmanos e turcos foram detidos e pressionados a renunciar às próprias tradições.

No último domingo (12), Keneth Roth tentou entrar em Hong Kong para divulgar o relatório, no entanto, foi barrado pelas autoridades. Ele classificou o impedimento como uma prova da repressão avaliada pela ONG.

Vale lembrar que, no início do mês de dezembro, como forma de retaliação à decisão dos Estados Unidos em apoiar as manifestações de Hong Kong, Pequim anunciou sanções contra cidadãos e entidades norte-americanos.

Também consta na avaliação que a China cria uma rede de apoio por parte de governos que dependem da nação em questões de negócios.

Além disso, a posição ocupada por Pequim no Conselho de Segurança da ONU foi alvo de crítica: o país foi acusado de se valer da colocação para bloquear medidas de proteção a pessoas perseguidas.

O relatório ainda criticou os governos dos Estados Unidos, Brasil e Índia — considerando que estas nações possuem estados “populistas e autocráticos”. A questão com o Brasil, no entanto, ainda se estendeu.

Brasil

A análise da Human Rights Watch pontuou, em 9 páginas, que o governo de Jair Bolsonaro dá margem para o aumento do desmatamento ilegal da Amazônia.

O relatório diz que as políticas da gestão do atual presidente enfraqueceram o combate às atividades ilegais na maior floresta do país, reduziram orçamento para fiscalização e limitaram a ação de servidores públicos.

A ONG usou o caso da morte do líder indígena Paulo Paulino Guajajara para exemplificar a desatenção do governo Bolsonaro com a Amazônia.

Outras questões relacionadas sobre o Brasil foram a flexibilidade do Estado com relação ao monitoramento do uso de agrotóxicos e o abuso de autoridade por parte de policias.

Em resposta, o Ministério da Justiça e Segurança Pública emitiu uma nota afirmando ter agido com rigor durante o ano de 2019 com as questões da Amazônia.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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