Assaltante preso pela Polícia de SP produzia dossiês de vítimas antes de invadir imóveis

  • Por Jovem Pan
  • 11/12/2018 06h06 - Atualizado em 11/12/2018 09h02
Divulgação/SSP-SP carro dope Os levantamentos continham dados pessoais, fotos, números de telefones, locais de trabalho e até mesmo identificações de pessoas do círculo de amizade

A Polícia Civil de São Paulo prendeu um assaltante e descobriu um esquema de roubo em que o criminoso produzia um verdadeiro dossiê sobre as vítimas antes de agir. Tiago Rafael Gomes Batista foi detido neste domingo (09) por agentes da 4ª Delegacia Patrimônio, do Deic, que investigavam uma invasão ocorrida na última sexta-feira (07), na residência de um advogado, no bairro do Sumaré, na zona oeste.

Durante as buscas pelos autores do assalto, os policiais identificaram Batista e o encontraram com cinco dossiês de futuras vítimas, entre elas médicos, um chefe de cozinha e uma marchand. Os levantamentos continham dados pessoais, fotos, números de telefones, locais de trabalho e até mesmo identificações de pessoas do círculo de amizade.

Em depoimento ao delegado Fabiano Barbeiro, titular da 4ª Delegacia Patrimônio, Batista revelou que esses dossiês eram criados para que a ação ocorresse sem que houvesse necessidade de ferir ninguém e serviam para intimidar ainda mais as vítimas.

Usando um simulacro de pistola, Batista invadia os imóveis e, em meio a ameaças, revelava detalhes da vida pessoal do morador, provocando ainda mais insegurança e medo. Foi o que aconteceu do roubo no Sumaré.

Conhecedor da rotina da casa, ele passou a noite na garagem sabendo que não corria riscos. A invasão ocorreu quando a filha do proprietário, uma menina de cinco anos, abriu a porta para ir ao quintal.

O criminoso levou joias, relógios de grife, bebidas e outros objetos de valor. Entre os itens estava um de grande valor sentimental, um relógio com a figura de Mickey Mouse, adquirido quando a vítima tinha 15 anos em sua primeira viagem à Disney.

A prisão de Batista também permitiu identificar e deter Ourives Luís Carlos Milheti Ferreira. Ele foi o receptador das joias roubadas e praticamente todo o produto do roubo foi recuperado em sua oficina.

Batista, que cursou dois anos de ciência da computação, produziu os dossiês nos cinco meses em que esteve em liberdade após cumprir pena de cinco anos de prisão por roubo. Ele e Ferreira responderão por crimes de roubo, receptação, associação criminosa e organização criminosa.

Os investigadores procuram agora por, pelo menos, mais um suspeito que teria participado da invasão.

*Informações do repórter Paulo Édson Fiore

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