Até 2026, estudante poderá escolher se quer prestar Enem em formato digital ou em papel
As provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vão deixar de ser aplicadas em papel a partir de 2026. Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pelo exame, o processo de digitalização será gradual e começa já na edição do ano que vem, quando 50 mil candidatos de 15 capitais do país vão participar de um projeto-piloto, fazendo o teste em computadores.
No período experimental, a aplicação do Enem na versão digital vai ocorrer em dois domingos fora das datas oficiais do exame. Em 2020, por exemplo, será nos dias 11 e 18 de outubro, antes da prova regular, em papel, prevista para os dias primeiro e 8 de novembro. Em 2021, estão previstas duas edições digitais no ano e, entre 2022 e 2025, serão quatro por ano, sempre no formato piloto, com a aplicação na versão física em uma outra data.
Nesse período, o estudante vai poder escolher em qual modelo quer prestar o exame. Só a partir de 2026 é que todos os candidatos farão a prova no computador.
O presidente do Inep, Alexandre Lopes, garante que o novo modelo é seguro e diz que o aluno que optar pelo Enem digital terá as mesmas condições do que aqueles que fizerem no papel. “Porque se ele tiver algum problema de logística na realização do exame digital, se o computador der problema, se a gente não conseguir fazer a prova por algum motivo, ele vai ser redirecionado para o Enem reaplicação em dezembro, que já ocorre normalmente”, explicou.
Ele também disse que a mudança vai diminuir o custo do Enem, que hoje fica em torno de 500 milhões de reais. Para o projeto-piloto em 2020, foram investidos 20 milhões de reais.
Ao anunciar a novidade, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não leu as perguntas da edição desse ano. “Eu não li a prova, o presidente não leu, e o Camilo não leu, Alexandre não leu. Então, salvo uma coisa totalmente fora do script, eu não consigo imaginar porque o presidente, que setá com uma agenda tão atribulada, com tanto trabalho para fazer, porque ele vai parar para ler a prova. Ele não leu e não lerá“, afirmou.
De acordo com o Inep, novos computadores não serão comprados para o projeto-piloto e que, nessa primeira etapa, os candidatos farão a prova em equipamentos que já estão instalados em algumas instituições de ensino.
Até 2026, quando o modelo digital passa a ser o único, o valor da inscrição será o mesmo para todos os participantes, independentemente do método de aplicação escolhido.
*Com informações do repórter Vitor Brown
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