PF diz que até mil números telefônicos foram alvo de supostos hackers

  • Por Jovem Pan
  • 25/07/2019 06h24 - Atualizado em 25/07/2019 06h24
Pixabay internet - celular De acordo com o coordenador geral de Inteligência da PF, foram identificadas pelo menos mil invasões seguindo o mesmo modus operandi

Os hackers presos na Operação Spoofing se utilizaram de uma brecha de segurança das operadoras de telefonia para roubar conversas de celulares do ministro da Justiça, Sergio Moro, de magistrados, procuradores e policiais.

Essa é conclusão da Polícia Federal, que vai enviar um ofício à ANATEL com sugestões de como resolver o problema.

Como explica o Coordenador Geral de Inteligência da PF, João Vianey Xavier Filho, o número de vítimas pode ser bem maior do que o que se imaginava até então. “Nós estamos estimando aproximadamente mil números de telefone diferentes foram alvos do mesmo modus operandi da quadrilha.”

A Polícia Federal fez uma apresentação para explicar alguns pontos da operação.

Não foi possível dar muitos detalhes porque a investigação corre em segredo de Justiça, e a PF acredita que outras fases ainda podem ser deflagradas.

Prisão

A instituição explicou que identificou um padrão nas invasões relatadas por procuradores da Lava Jato e pelo ministro Sergio Moro.

Ao afunilar as investigações, com a ajuda de operadoras de telefonia, conseguiu identificar os quatro suspeitos que foram presos na terça-feira (23). Eles têm grau de envolvimento diferente no ataque, mas o papel desempenhado por cada um ainda não está completamente claro.

Em comum, segundo a Polícia Federal, suspeitos têm o fato de estarem ligados a casos de estelionato bancário eletrônico.

De acordo com Diretor do Instituto de Criminalística da PF, Luiz Sprícigo Junior, no computador de um dos suspeitos foram encontradas informações que podem confirmar a recém-divulgada invasão do celular do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Como eles agiram?

A PF não esclareceu esses pontos, mas segundo a decisão do Juiz Valisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, a invasão dos aparelhos ocorreu da seguinte forma:

Por meio da internet, os criminosos utilizavam o número de telefone da vítima para entrar em contato com o aplicativo Telegram e pedir um código para acessá-lo pelo computador.

Em seguida, eles ligavam para a vítima e o telefone ficava ocupado.

Com isso, a mensagem com o código acabava enviada para a caixa postal, que era acessada automaticamente pelos criminosos quando eles ligavam para o aparelho da vítima com o mesmo número de telefone delas.

É esse acesso remoto à Caixa Postal que os investigadores acreditam ser importante restringir.

*Com informações do repórter Antônio Maldonado

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