Auditores afirmam que governo da Venezuela alterou resultados de votação da Constituinte

A empresa responsável pelo sistema eleitoral da Venezuela diz “não ter dúvidas” de que a votação da Assembleia Constituinte foi manipulada. A contagem já vinha questionada, desde o final de semana.
O governo afirmou, no domingo, que 8 milhões de pessoas foram às urnas, o que corresponderia a 41% do colégio eleitoral. A oposição contestou os dados, dizendo que apenas dois milhões e meio de venezuelanos compareceram.
A confirmação da fraude veio nesta quarta-feira, depois que a Smartmatic, a empresa responsável pelo pleito, informou ter identificado divergências.
Em um pronunciamento em Londres, o diretor-executivo da companhia, Antonio Mugica, disse que a votação foi manipulada. Segundo ele, o sistema usado na Venezuela permite que qualquer alteração seja rapidamente identificada, graças aos mecanismos de auditoria, que são intrínsecos ao sistema e impossíveis de serem burlados.
A informação criou um impasse em torno da Assembleia Constituinte. Os 545 deputados eleitos tomariam posse nesta quarta-feira, mas a cerimônia não aconteceu.
Os protestos que tinham sido convocados pela oposição também foram adiados.
A Assembleia foi convocada por Nicolás Maduro para redigir uma nova Constituição e intensificou a onda de protestos contra o governo.
Adversários do presidente afirmam que o objetivo é dissolver o Parlamento, dominado pela oposição, para consolidar uma ditadura na Venezuela.
Desde abril, mais de 120 pessoas morreram nas manifestações.
Nesta quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai informou que uma reunião entre os integrantes do Mercosul será realizada neste fim de semana, para discutir a situação da Venezuela.
*Informações do repórter Vitor Brown
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