Aumento expressivo da violência em Londres preocupa britânicos

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 04/04/2018 09h46
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EFE/Facundo Arrizabalaga O número de assassinatos na capital britânica em 2018 subiu para 48 vítimas

Nem Brexit, nem crise diplomática com a Rússia. O que está tirando o sono dos britânicos é o aumento expressivo da violência em Londres.

O assassinato de uma adolescente com disparos de arma de fogo na segunda-feira estampa todos os jornais da capital britânica nesta quarta-feira (04).

Tanesha Melbourne-Blake, de 17 anos, foi morta no bairro de Tottenham em uma cena típica das periferias latino-americanas. Ela estava com um grupo de amigos quando um carro passou disparando. A polícia acredita que trata-se de uma briga de gangues.

A cerca de cinco quilômetros de distância, também na segunda-feira à noite, um adolescente de 16 anos foi morto em um outro incidente. Com isso, o número de assassinatos na capital britânica em 2018 subiu para 48 vítimas.

Claro que comparado a realidade brasileira esse índice parece até razoável.

Pegando o caso da cidade de São Paulo, por exemplo, que neste quesito tem algumas das melhores taxas entre as capitais do país, foram 138 vítimas de homicídios dolosos e latrocínios só nos dois primeiros meses de 2018, segundo dados da secretaria de segurança pública.

É muito mais do que Londres teve no ano passado inteiro, quando 116 assassinatos foram registrados.

De qualquer forma, os britânicos não olham para o Brasil como referência em segurança pública. A comparação é com o mundo desenvolvido e os jornais destacam constrangidos que Londres teve mais assassinatos no ano passado até mesmo que Nova York.

As teses sobre as causas para o aumento vertiginoso da violência em Londres variam ideologicamente assim como acontece no Brasil.

Muitos afirmam que os cortes nos gastos públicos promovidos pelo governo conservador acabaram com projetos sociais dedicados aos jovens carentes. Há quem diga que o consumo desenfreado de cocaína e a disputa por pontos de drogas têm impulsionado a violência.

Soma-se a isso o fato da polícia metropolitana ter, de fato, reduzido muito sua capacidade operacional por causa da austeridade conservadora dos últimos anos.

E agora os britânicos precisam enfrentar um problema tipicamente latino-americano sem saber ao certo que fazer e, principalmente, com menos recursos financeiros à disposição.

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