Autor da Lava Toga fala em ‘acordão’ contra CPI com aval do governo: ‘Combate à corrupção foi sepultado’
O autor da CPI da Lava Toga, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), disse, nesta sexta-feira (13), que há um “acordão” sendo articulado pelo também senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), junto com o governo e o próprio Supremo Tribunal Federal (STF), além de outros políticos, para que a comissão que investigaria o poder Judiciário não seja instalada.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, ele ressaltou que a pauta anticorrupção pela qual o governo de Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito já está “sepultada” desde que o filho do presidente, Flávio, passou a ser investigado no caso de seu assessor, Flávio Queiroz.
“Temos articulação do Flávio, da presidência do STF, do PT, do antigo MDB, do grupo de Renan Calheiros, tudo devidamente articulado e com a benção do Palácio do Planalto. Estão focados em um acordão pra deixar tudo como está. É cada vez mais claro, em Brasília, e lamentável que tenha deteriorado tão rapidamente o projeto de governo foi prometido nas urnas”, disse.
“Desde o episódio Queiroz esse projeto foi totalmente sepultado e o que a gente vê hoje, o que a gente testemunha, são ações diretas e objetivas do governo e desse grupo todo, desse antigo sistema, para reduzir a potência do combate a corrupção, pra dificultar esse trabalho e pra tentar, cada vez mais, devolver o Brasil para aquele estado anterior onde existiam poderosos que jamais poderiam ser investigados”, continuou.
Segundo ele, há vários relatos de senadores, principalmente bolsonaristas, sendo pressionados a não assinar a CPI. “São ligações do próprio senador Flávio sendo feitas, como as para a juíza Selma e o Major Olímpio, e temos ministros atuando nesse sentido, com destaque para o ministro do STF, Dias Toffoli, que confunde sua atuação de chefe de um poder com a de agente político-partidário.”
Vieira disse, ainda, que trabalha pela denúncia do “acordão” e que conseguiu reunir, pela terceira vez, assinaturas suficientes para a instalação da Lava Toga. Estamos concluindo pela terceira vez, falta coragem de [Davi] Alcolumbre para cumprir seu papel”, finalizou.
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