Autoridades se engajam em campanhas contra o assédio sexual no Carnaval
Nessa semana ainda tem muito bloco de carnaval e muita folia para acontecer nas principais cidades brasileiras, mas uma preocupação faz as foliãs redobrarem a atenção.
De acordo com dados da Central de Atendimento à Mulher, o Disque 180, entre 2016 e 2017 os casos de violência sexual contra mulheres registrados só nessa época do ano aumentaram 88 por cento.
No ano passado, durante os quatro dias de carnaval, a Central realizou mais de dois mil atendimentos só em Brasília.
Fabiana Dal’Mas Rocha, da promotoria de violência doméstica da capital paulista, esclareceu que o assédio pode dar cadeia: “dependendo da situação pode caracterizar contravenção penal. Agora, seria interessante os legisladores pensarem em tipo especifico de assédio em espaço público, como existe no Peru”.
O Peru é um dos primeiros países na América Latina a aprovar, em 2015, uma lei que prevê penas de 3 a 12 anos de prisão para quem cometer assédio sexual em locais públicos.
No Brasil, a legislação ainda não contempla casos como esse.
Tribunais de todo o país vão ampliar os serviços de atendimento à população durante o carnaval e se engajar em campanhas de combate ao assédio. Mas tudo isso não quer dizer que está proibido paquerar durante a folia.
A promotora Fabiana Dal’Mas Rocha explicou a importância de saber diferenciar cantada de assédio: “é muito importante que a gente compreenda que assédio sexual não é paquera consensual”.
A publicitária e feminista Luíse Bello participou de campanhas como a #ChegaDeFiuFiu, do Think Olga.
Ela explicou, para quem ainda tem dificuldade de entender, a diferença entre paquera e assédio, principalmente agora no carnaval: “basicamente acho que guia bom para saber como navegar neste período é entender que se você está querendo falar com alguém, em vez de cantada, diz oi pra ela”.
Em Pernambuco, por exemplo, cinco mil tatuagens com a frase “não é não” serão distribuídas pelos bloquinhos de carnaval.
Vários blocos feministas e de empoderamento feminino estão espalhados pelo Brasil, e todos têm um objetivo em comum: criar um ambiente seguro e livre de assédio.
Durante o carnaval, se sofrer ou presenciar um caso de assédio, não se cale: denuncie. Ligue 180.
*Informações da repórter Marcella Lourenzetto
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