Autoridades tentam explicar à CPI no Senado o déficit nas contas da Previdência

  • Por Jovem Pan
  • 18/08/2017 09h35 - Atualizado em 18/08/2017 12h04
Cédulas de dinheiro. Foto: Marcos Santos/USP Imagens Marcos Santos/USP Imagens Diversas autoridades foram ao Senado, nesta quinta-feira (17), para explicar o déficit, em mais uma audiência da CPI da Previdência

Governo aponta desonerações das folhas de pagamento e longevidade do brasileiro como responsáveis pelo rombo nas contas do INSS. Diversas autoridades foram ao Senado, nesta quinta-feira (17), para explicar o déficit, em mais uma audiência da CPI da Previdência.

A comissão é presidida pelo petista Paulo Paim e tem como objetivo contestar a necessidade da reforma.

Inicialmente, a previsão era de que os trabalhos fossem concluídos até setembro, mas o prazo foi prorrogado. Nesta quinta, o secretário da Previdência do Ministério da Fazenda ressaltou que o aumento da expectativa de vida do brasileiro agrava a situação.

Marcelo Caetano reforçou que há um desequilíbrio entre contribuições e pagamentos de benefícios: “alguém vai ter que pagar isso. Se existe diferença entre total de benefícios e total de contribuições, esse recurso vai vir de algum lugar. Vai vir da sociedade como um todo para pagar”.

Marcelo Caetano disse ainda que, sem a reforma, não haverá número suficiente de trabalhadores na ativa para manter os benefícios.

Já o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, criticou as desonerações fiscais oferecidas a diversos setores e ironizou: “os trabalhadores que atuam neste segmento, ao final de sua vida laboral, vai bater na Previdência e não vai dizer ‘olha, trabalhei em área que contribuiu pouco, quero contribuição menor’. Não, ele vai chegar ao final da sua vida e vai requerer da Previdência os mesmos benefícios dos demais”.

Segundo Jorge Rachid, mais de 30% da massa salarial brasileira está, hoje, em setores beneficiados pelas desonerações na folha de pagamento.

O presidente da Federação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Marcelo Bórsio, lembrou, ainda, das fraudes contra a Previdência: “um terço dos benefícios pagos por estimativas nossas da força-tarefa previdenciária é fraude previdenciária”.

Bórsio ressaltou ainda a importância do cruzamento de sistemas para combater os crimes. Segundo ele, R$ 11 bilhões são desviados dos cofres da Previdência, todos os meses.

*Informações do repórter Vitor Brown

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