Backer pode escapar de punição maior se sabotagem for confirmada, diz advogado
Subiu para 32 o número de lotes de cervejas Backer contaminados. Neste final de semana, o Ministério da Agricultura encontrou mais 10 rótulos produzidos pela cervejaria com a substância tóxica dietilenoglicol.
Segundo a pasta, o gim e o whisky da empresa também estão sendo investigados. A Backer afirmou que não utiliza nas duas bebidas a água usada na fabricação das cervejas.
Até o momento, 19 casos de intoxicação foram identificados em minas gerais. Quatro pessoas morreram e 15 estão internadas em estado grave. Das 4 mortes, uma foi confirmada como intoxicação por dietilenoglicol.
A cervejaria nega usar a substância na fabricação das suas cervejas. A Backer também já enviou à Justiça um vídeo com uma suposta adulteração do monoetilenoglicol comprado.
O material já foi recolhido pela polícia na distribuidora Imperquimica, que foi fechada pela Vigilância Sanitária por não ter autorização para fracionar o composto químico.
O advogado criminalista Fernando Parente explica qual é a responsabilidade jurídica da Backer caso seja confirmada a suspeita de sabotagem
“Do ponto de vista penal, vai depender se a alegada sabotagem é ou não verdadeira. Se for, não há responsabilidade por parte da empresa, pois não houve o dolo do sabotado, apenas do sabotador. Do ponto de vista civil, em caso de sabotagem, vai depender se a empresa poderia ou não ter evitado a sabotagem.”
A Anvisa proibiu a venda de qualquer cerveja Backer com validade até agosto deste ano. A determinação vale para todo o Brasil, até que a empresa comprove a ausência das substâncias químicas nas bebidas. A Backer disse que colabora com as investigações e que é a maior interessada em esclarecer o que aconteceu.
* Com informações do repórter Vinicius Moura.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.