Com queda no isolamento, SP pode ter esgotamento de leitos em semanas

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2020 08h36
Neil Hall/EFE A conta é baseada, sobretudo, considerando a quantidade de leitos de UTI disponíveis na cidade

A cidade de São Paulo pode enfrentar o esgotamento de leitos hospitalares em duas ou três semanas, caso a taxa de isolamento na capital paulista continue diminuindo.

O infectologista Júlio Corda, que integra o centro de contingência contra coronavírus de São Paulo, explicou ao Jornal da Manhã deste sábado (11) que, com a diminuição do isolamento populacional, a tendência é que aconteça, após cerca de cinco dias, o aumento da taxa de contágio pela doença.

Segundo Croda São Paulo está projetando a necessidade de leitos a partir dos resultados dos testes da doença e também por meio do monitoramento da população em circulação. A conta é baseada, sobretudo, considerando a quantidade de leitos de UTI disponíveis.

Entretanto, embora em São Paulo o conhecimento da situação seja mais fácil, em municípios do interior do estado, por exemplo, há maior dificuldade para projeção.

“Atualmente conhecemos isso pelos casos e números de óbitos. Paralelo a isso, estamos utilizando a mobilidade para estimar leitos de UTIs necessários no futuro. Em São Paulo é mais claro, mas muitas cidades você não sabe o que está acontecendo. Portanto fica difícil organizar para os próximos dias.”

O infectologista explicou ainda que a dificuldade para aquisição de testes também se mostra uma um empecilho para as ações de combate à doença.

“Existe uma demanda, muitos desses testes são feitos apenas nos EUA. Então existe uma carência mundial de teste, precisamos solucionar rapidamente, porque sem testagem a gente vai continuar desconhecendo o padrão da doença em nosso território.”

Além da importância de conhecer o número de infectados pelo coronavírus no Brasil, Júlio Croda também defendeu que os estados e órgãos de saúde devem apresentar as taxas de pacientes curados, mas sem perder o foco para a curva de infecção.

“O número de curados é importante, mas é importante não desfocar da curva de contágio. A taxa de curados tem que ser maior que a taxa de pessoas que se internam diariamente.  Acredito que seria possível esse questionamento não só para São Paulo.”

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