Ballet de Paraisópolis transforma a vida de jovens da favela

  • Por Jovem Pan
  • 16/12/2019 08h23 - Atualizado em 16/12/2019 08h36
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Clayton de Souza - Estadão Conteúdo Os alunos são aplicados, treinam todos os dias e se apresentam com certa frequência - inclusive o ultimo espetáculo foi no Auditório do Ibirapuera lotado

Considerada a segunda maior favela de São Paulo, a Paraisópolis tem 100 mil habitantes vivendo em cerca de 21 mil domicílios. Lá existem 8 mil estabelecimentos comerciais – sendo que 20% dos moradores que trabalham, atuam no comércio local.

Porém, um terço da população é composta por jovens que tem entre 15 e 29 anos e que sofrem com a falta de emprego e oportunidades. Já uma parte dos adolescentes está envolvida com os 10 projetos socais que existem atualmente dentro da comunidade.

Embora tenha se falado muito- e negativamente – pelo o que aconteceu em um baile funk da favela, o Estado poderia dar mais apoio aos projetos sociais da comunidade. O ballet de Paraisópolis, por exemplo, ajuda dezenas de jovens e adolescentes para a vida.

Uma das alunas, a Isabela, vai conhecer Nova Iorque no ano que vem. “Fiquei muito feliz. Não sabia se ficava alegre ou emocionada. Treinando todo dia eu esqueço dos problemas que acontecem lá fora e só foco no que gosto de fazer.”

Os alunos são aplicados, treinam todos os dias e se apresentam com certa frequência – inclusive o ultimo espetáculo foi no Auditório do Ibirapuera lotado. Um dos destaques foi Luiz Fabiano Lima Dias, de 13 anos, que chamou a atenção pela classe e desenvoltura.

Ele conta que teve certo receio no começo, mas que o ballet o ensinou a ser mais disciplinado. “Eu conheci o ballet pelo carro de anunciação, que todo ano anuncia a seleção. Depois da primeira aula eu comecei a gostar muito.”

Giovana Ferreira Guimarães, de 18 anos, começou a fazer ballet aos 10. Apesar da pouca idade, é a mais experiente da turma – já viajou para vários países por causa da dança e se tornou inspiração pros mais novos.

“Me trouxe muitas oportunidades. Se eu não fizesse ballet não iria viajar para onde já consegui viajar. A viagem para Nova Iorque foi um marco muito grande.”

Pra fazer parte do ballet, os jovens devem morar na comunidade e estar estudando. As aulas são gratuitas e o curso tem duração de oito anos. Com tudo, a cada ano, são feitos exames de seleção de alunos para entrada no projeto.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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