Bancada do agro tenta unificar projetos que pedem CPI do MST para poder oferecer apoio

Salles, Zucco e Kataguiri têm propostas distintas de investigação; grupo possui cerca de 300 parlamentares e são necessários 171 votos para abrir uma comissão parlamentar na Câmara

  • Por Jovem Pan
  • 14/03/2023 08h33 - Atualizado em 14/03/2023 11h12
Divulgação/Coletivo de Comunicação do MST na Bahia MST MST também invadiu fazenda da empresa Suzano, no sul da Bahia, em março de 2023

Três requerimentos circulam na Câmara dos Deputados com o objetivo de recolher assinaturas para instalação da chamada CPI do MST. O documento do deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) é o mais avançado, com 130 adesões.  Além dele, Ricardo Salles (PL-SP) já tem 102 assinaturas. Segundo ele, o objetivo da comissão parlamentar seria investigar financiadores do movimento, eventual envolvimento de autoridades públicas e se governos federal e estaduais se omitiram diante das ações do grupo. Já o deputado Kim Kataguiri (União-SP) quer investigar especificamente as ações do MST no sul da Bahia no início deste mês. Nesta terça-feira, 14, parlamentares da bancada do agronegócio querem intensificar as articulações para a CPI. A expectativa é de que o presidente do grupo, o deputado Pedro Lupion (PP-PR), converse com Salles, Zucco e Kataguiri para unificar os requerimentos, conferindo o apoio da bancada a essa proposta final. A bancada do agro é composta por cerca de 300 parlamentares e para abrir uma CPI são necessárias 171 assinaturas.

O MST retomou a pauta política depois de integrantes do movimento invadirem fazendas no sul da Bahia. Segundo Zucco, existe uma suposta influência do governo na atuação do movimento. No entanto, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, busca resolver a questão entre o MST e a empresa produtora de papel e celulose que é dona da fazenda invadida na região. Uma reunião está prevista para a próxima quinta-feira, 16, com representantes das partes envolvidas em uma mesa de negociação para retomar o diálogo suspenso em 2016 e chegar a um acordo sobre a destinação de terras da empresa.

*Com informações da repórter Berenice Leite

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