Bancada do PSL se reúne nesta terça para discutir futuro da sigla

  • Por Jovem Pan
  • 15/10/2019 06h46 - Atualizado em 15/10/2019 10h10
Divulgação/PSL Homens se abraçam para foto Dentro da legenda há quem defenda a expulsão de, pelo menos, quatro deputados; surgiram também especulações sobre uma possível fusão com o DEM

A bancada do PSL se reúne nesta terça-feira (15) na Câmara para discutir o futuro do partido, rachado depois das críticas do presidente Jair Bolsonaro.

Na segunda-feira (14), o presidente recebeu no Palácio do Planalto os advogados Admar Gonzaga e Karina Kufa, que ficaram responsáveis em definir uma estratégia jurídica que garanta os mandatos dos deputados que decidirem sair do PSL, juntamente com o presidente Bolsonaro – se for essa a estratégia do grupo.

A tarefa não é simples, uma vez que as regras eleitorais são muito claras. O presidente Bolsonaro, na saída do Alvorada, foi perguntado sobre o encontro com os advogados, mas evitou falar do assunto.

O porta voz da presidência, Rêgo Barros, explica que ainda não há definição sobre os próximos passos do presidente. “O presidente analisa a situação referente ao seu posicionamento em relação PSL dia a dia. Ele usa uma metáfora, que lhe é usual: qualquer casamento é passível de divórcio.”

A reunião da bancada que acontece nesta terça deverá ser tensa. Dentro da legenda há quem defenda a expulsão de, pelo menos, quatro deputados. Surgiram também especulações sobre uma possível fusão com o DEM – uma das alternativas para evitar a chamada infidelidade partidária.

A ideia é vista com desconfiança. O deputado Coronel Tadeu, que não é considerado do grupo de Bolsonaro, até que tentou um encontro com o presidente, mas não foi recebido. Ele defendeu a necessidade de que seja aberto um canal de diálogo.

O deputado disse não acreditar nas ameaças de expulsão de parlamentares, mas afirmou que não se pode também descartar a possibilidade. Por isso, ele defende que todos sentem para conversar, deixando os interesses pessoais de lado. Afirmou ainda que os filhos do presidente também precisam baixar o tom e serem mais comedidos nas palavras e ações.

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra, disse que espera que as disputas internas dentro do PSL não interfiram nas votações da Casa. Já o líder do governo na Câmara, o deputado Major Vitor Hugo, lembrou que o PSL poderia ter acabado se não fosse a eleição de Bolsonaro. O PSL elegeu apenas um deputado em 2014 e mais de 50 em 2018. Com isso o fundo partidário destinado à legenda também cresceu na mesma proporção.

Portanto, o discurso de que a briga nada tem a ver com dinheiro é rebatido por vários parlamentares que ressaltam que o problema gira em torno dos recursos, uma vez que até 2022 o PSL deverá receber cerca de R$ 737 milhões.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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