Bancos passam a contar com canal para coibir violência contra a mulher

  • Por Jovem Pan
  • 12/03/2020 08h08 - Atualizado em 12/03/2020 09h03
European Parliament/Pietro Naj-Oleari Mulher vítima de violência se encolhe e tenta afastar agressor Segundo pesquisa do Atlas, 13 mulheres são assassinadas por dia no país, uma média de duas por hora

Os bancos de todo o Brasil contam agora com uma ferramenta para o combate à violência doméstica e familiar contra a mulher.

O acordo com medidas de segurança e proteção à bancárias de todo o país foi assinado nesta quarta-feira (11) pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), além de outras 236 entidades sindicais.

A proposta do canal de acolhimento é que as funcionárias do setor relatem os casos de violência doméstica e evitem serem demitidas por ociosidade no trabalho e queda na produtividade.

A presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, Juvandia Moreira, explica quais medidas serão adotadas pelos bancos dentro do canal de denúncias.

“Dando as orientações devidas, elas podem procurara delegacia da mulher, solicitar assistência psicológica, mudar horário de entrada e transferência de estado, inclusive.”

A expectativa é que a iniciativa acolha mais de 220 mil funcionários em mais de 3 mil cidade do país. Atualmente, as mulheres representam 40% de todos os empregados do segmento bancário brasileiro .O compromisso é que todas encontrem no setor um canal prático de apoio, como explica o diretor de Sustentabilidade e Marketing da Fenabam, Mário Sérgio Vasconcelos.

“A primeira medida é dizer que existe um canal para ela, com toda a confiabilidade, não será divulgado absolutamente nada. Ouvi-la com respeito, entender o problema e aliviar. Prestar solidariedade e cuidar um pouco desta trabalhadora.”

O acordo da Fenabam e das entidades sindicais começou a ser estimulado após os altos índices de feminicídio no Brasil.

Segundo o Atlas da violência de 2019, desenvolvido pelo IPEA, 13 mulheres são assassinadas por dia no país, uma média de duas por hora. Também foi levado em conta o crescente número de casos de agressões físicas, psicológicas e de assédio.

*Com informações do repórter Vinícius Moura.

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