Barroso volta a falar sobre fake news e defende penalização financeira de redes sociais

O ministro do STF discursou em um evento sobre expressão na era digital que ocorreu na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro

  • Por Jovem Pan
  • 23/06/2022 06h49 - Atualizado em 23/06/2022 06h50
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Carlos Moura/SCO/STF Luís Roberto Barroso Ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso afirmou que as mídias sociais se tornaram canais de propagação de ódio, ataques e desrespeito e que precisariam de normas e uma autorregulação sob pena de perderem receita e imagem, caso sejam vistas como meios de comunicação destrutivos à democracia. Barroso fez uma enfática defesa dos meios tradicionais de comunicação e de imprensa e frisou que as redes sociais, por um lado, ajudaram a democratizar a informação e o conhecimento, mas, por outro, também amplificaram o discurso de grupos radicais que contestam até o que é fato. A fala foi feita na última quarta-feira, 22, na Escola de Magistratura do Rio de Janeiro, onde Barroso participou de um seminário sobre o tema liberdade de expressão na era digital.

Para o ministro, as redes sociais deram espaço para posições mais extremistas e intolerantes. Barroso lembrou que os jornais impresso em seu momento de apogeu tinham uma tiragem diária de até 400 mil exemplares, porém a nova realidade com as novas mídias com bilhões de seguidores. Barroso lembrou que as plataformas digitais não param de crescer enquanto a mídia tradicional, que abastece as redes com conteúdo sem serem remuneradas, está cada vez mais enxuta.

Sem citar o presidente Jair Bolsonaro (PL) ou o atual governo, o ministro citou pautas do STF que já foram alvos de críticas do chefe do Executivo. “Um dos problemas das mídias sociais é que a informação falsa, o ódio e o sensacionalismo trazem muito mais engajamento do que o discurso racional, respeitoso e civilizado. E como essas empresas se remuneram pela quantidade de acessos e a publicidade migrou para as mídias sociais em função da quantidade de acessos, você acaba tendo o incentivo errado, que é amplificar o negativo, o sensacionalista, o ódio, a radicalização. Essa é a contradição que nós precisamos enfrentar”, disse.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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