BC adota discurso de cautela ao falar de possíveis impactos do conflito EUA x Irã

  • Por Jovem Pan
  • 10/01/2020 06h53 - Atualizado em 10/01/2020 08h01
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Marcelo Camargo/Agência Brasil O presidente do BC, Roberto de Oliveira Campos Neto Internamente, agora para 2020, o presidente do Banco Central avalia que será possível avançar na questão em torno da autonomia do BC

O Banco Central evita, pelo menos por enquanto, fazer previsões sobre possíveis impactos na economia brasileira do conflito entre os Estados Unidos e o Irã. Existe um temor de que a instabilidade internacional possa causar aumenta da inflação, pressionar os juros e o dólar.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, adotou um discurso de cautela.

“Entendo que existe uma ansiedade em relação ao tema, mas o BC não pode fazer previsões em relação ao que vai acontecer com conflitos. Eu mencionei que é importante olhar o impacto do conflito nas variáveis macroeconômicas e como nós entendemos que elas  influenciam nas nossas projeções.”

Campos Neto lembrou que, no início da crise no Oriente Médio, a projeção que foi feita pelo mercado foi de um crescimento expressivo da cotação do petróleo no mercado internacional.

Ele explicou que isso até aconteceu num primeiro momento, mas que os preços já teriam retornado à patamares anteriores à crise.

O presidente do BC lembrou também que o brasileiro já sentiu no bolso os aumentos da carne, por exemplo, mas que nesse momento é preciso ainda acompanhar o que o presidente Jair Bolsonaro costuma chamar de “reacomodamento dos preços”.

Dentro da equipe econômica, o temor é de que a instabilidade internacional tenha impacto negativo na redução dos juros aqui no Brasil — uma vez que o setor produtivo já trabalha com valores mais baixos de olho em novos investimentos.

Internamente, agora para 2020, o presidente do Banco Central avalia que será possível avançar na questão em torno da autonomia do BC — que está sendo negociada à tempos, mas ainda não garantiu o apoio necessário para sair do papel.

“Sempre uma prerrogativa do Legislativo, então quando nós decidimos colocar no 1º trimestre nós entendemos que existe nas Casas um ambiente propicio para aprovação. Tenho conversado com Rodrigo Maia que tem defendido muito a agenda econômica do governo, tem sido muito importante na coordenação do processo e tem tido um papel muito relevante nesse sentido.”

A Ordem dos Advogados do Brasil já encaminhou ofício ao Banco Central solicitando o fim da cobrança tarifa de disponibilização do cheque especial aos clientes, independentemente do uso efetivo.

Mesmo com o recesso do judiciário, a OAB entrou no Supremo Tribunal Federal com ação pedindo a suspensão da cobrança.

Na ação, a Ordem também pede que a Justiça determine ao Banco Central que viabilize, junto aos bancos, a devolução ou o provisionamento do total de valores que já tenham sido cobrados a partir de 6 de janeiro deste ano.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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