BC deve propor consulta pública para regulamentar empréstimos “peer-to-peer”
O Banco Central deve propor em breve uma consulta pública para regulamentação de um modelo de empréstimos que começa a ganhar espaço no mercado.
Os empréstimos “peer-to-peer” já são oferecidos no Brasil pelas chamadas “fintechs”, instituições financeiras menores que tentam inovar na forma de oferecer serviços.
Aliás, esse termo, “peer-to-peer”, você pode não saber de cara, mas conhece o conceito se já baixou uma música ou um vídeo por programas como o Kazaa e o Limewire.
Nesses programas, é possível fazer o download pegando partes do arquivo do computador de outros usuários do mesmo serviço.
Aplicado ao mercado financeiro, o empréstimo “peer-to-peer” é uma modalidade coletiva, que possibilita que várias pessoas ofereçam juntas valores a fim de alcançar o volume de crédito desejado por uma pessoa ou uma empresa.
O sócio-fundador da empresa FintechLab, Marcelo Bradaschia, explicou que o investidor compartilha o risco do fornecimento do crédito com os outros parceiros na empreitada: “para quem está investindo você não precisa assumir integralmente o risco da operação de crédito. Você tem um conjunto de investidores que compõem o valor daquele empréstimo que vai ser tomado do outro lado”.
Em visita a São Paulo no fim da semana passada, o presidente do Banco Central do Brasil disse que a instituição deve realizar em breve uma audiência pública propondo normas para o empréstimo “peer-to-peer”.
Ilan Goldfajn disse que é objetivo do BC que essas transações se realizem de forma segura e ordenada: “nosso objetivo que elas operem de forma segura, ordenada. Inovações surgem e é bom elas surgirem”.
O investidor deve ficar atento aos riscos do negócio; os grandes bancos não agem intermediando os empréstimos “peer-to-peer”. Geralmente, são instituições financeiras menores que se associam às fintechs para garantir o crédito das operações.
*Informações do repórter Tiago Muniz
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