Black Friday: Mesmo com promoções, impostos embutidos nos produtos assustam compradores

27/11/2020 - WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Produtos eletrônicos são um do grupos mais impactados pelos tributos

Felipe Langone é diretor de operações da Station Solutions, na Galeria Page, em São Paulo. Nessa semana, que antecede a Black Friday, as vendas devem aumentar 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Nesta quinta-feira, 24, estava mais fraco por causa do jogo do Brasil, mas o fim de semana promete bombar. Os itens mais vendidos nesse período são celulares, smartwatchs e tablets, além da assistência técnica. “É uma semana muito especial, que é semana de Black Friday. A gente vem se preparando para isso há muito tempo, existe um aquecimento de mercado bastante importante, principalmente na aquisição de novos aparelhos. Por já existir a cultura dessa data do Brasil, ela já é bem explorada. Na verdade, a tributação, alíquota vai ser a mesma, e, com o aumento das vendas, a arrecadação vai ser maior”, disse Felipe. Mesmo estando entre os produtos mais desejados e procurados pelos consumidores, os eletrônicos são bastante impactados pelos tributos e impostos.

Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, um aparelho de video-game tem 72% do valor composto por tributos. Sem imposto, o custo de um PlayStation 5 cairia de R$ 6 mil para pouco menos de R$ 2 mil. Os tributos representam 68% do valor total de um smartphone. O valor e um iPhone 13 cairia de R$ 9,2 mil para R$ 2,8 mil, de acordo com a pesquisa. Beatriz Finochio, advogada especializada em direito tributário, explica que se trata de uma tributação regressiva, que atua antes de chegar no consumidor final, prejudicando o cliente e o comerciante. “Você tem, além da questão da volatilidade do dólar e da questão da importação de todos os custos, você tem uma alta carga tributária perante essa importação. Você já tem, em produtos nacionais, uma cadeia tributada e, ainda por cima, tem mais a tributação de importação e de eletrônicos”, diz a advogada. Na opinião de Beatriz, essa cobrança prejudica o orçamento do consumidor, especialmente aquele que está com as finanças comprometida com pagamentos de questões cotidianas.

Confira a reportagem na íntegra:

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*Com informações do repórter Victor Moraes