‘BNDES não tem mais nada a esclarecer’, diz Gustavo Montezano

  • Por Jovem Pan
  • 30/01/2020 06h50 - Atualizado em 30/01/2020 06h51
Valter Campanato/Agência Brasil O presidente do BNDES, Gustavo Montezano

O BNDES corrigiu o valor gasto com a auditoria para investigar ilegalidades nos negócios do banco com o grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Foram desembolsados R$ 42,7 mi no serviço feito  por dois escritórios de advocacia entre 2017 e 2018. O valor divulgado anteriormente era de R$ 48 mi. 

Foram analisadas oito operações entre BNDES e o grupo dono da JBS, entre 2005 e 2018. Os empréstimos concedidos às empresas impressionam: R$ 11,3 bi no período. Corrigindo pela inflação atual, o valor passa dos R$ 20 bi.

Porém, nada de ilegal foi encontrado nas relações com a empresas. O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, disse que após as investigações, não tem mais nada a esconder sobre o passado do banco.

“No momento atual, a gente entende que não tem nada mais a esclarecer no BNDES em relação ao passado das operações, vamos chamar assim, polêmicas. Se no futuro surgir outra operação, questionamento como esse, a gente virá a público, de forma responsável, técnica, didática e clara, esclarecendo tudo que vier a ser questionado.”

A abertura de uma “caixa preta” do BNDES foi uma das bandeiras do presidente Jair Bolsonaro desde a campanha eleitoral. No ano passado, ele chegou a demitir o então presidente da instituição, Joaquim Levy, alegando que o processo estava lento. 

Para o atual presidente do banco, o questionamento é legítimo.

“Esse dinheiro sai dos cofres do povo brasileiro, então é legítimo que o povo se pergunte e questione. Mas como não houve nada ilegal? É verdade que concluímos que não houve nada de ilegal. A gente construiu leis, normas, aparatos legais e jurídicos que tornaram legal esse esquema de corrupção.”

O BNDES deve divulgar em abril o resultado financeiro e o valor total desembolsado pelo banco no ano passado, mas segundo Montezano, deve ter ficado pouco abaixo dos R$ 60 bi. A previsão é que para 2020 os gastos sejam parecidos, sem uma meta fixa de desembolso e de lucro. 

Além disso, nos próximos três anos, o banco ainda precisa devolver R$ 165 bi dos R$ 500 bi emprestados pelo governo durante as gestões petistas.

* Com informações do repórter Levy Guimarães.

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