Bolsonaro ameniza tom com governadores, mas reafirma busca por combustível mais barato

  • Por Jovem Pan
  • 07/02/2020 08h32 - Atualizado em 07/02/2020 09h01
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GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO Bolsonaro amenizou o tom ao falar do ICMS

O presidente Jair Bolsonaro voltou a reclamar do preço dos combustíveis. Ele negou que tenha feito um desafio aos governadores para que eles zerassem a cobrança do ICMS, o que não seria, segundo ele, o principal objetivo nesse momento, mas logo depois manteve a promessa de zerar os impostos federais caso abram mão também da cobrança estadual.

Diante da reclamação de que o presidente Bolsonaro não quer, na verdade, discutir o assunto com os governadores de forma séria, “preferindo jogar para a platéia, de forma populista”, o presidente reagiu. “Os governadores estão me criticando. Isso não é populismo, é vergonha na cara. Ou vocês acham que o povão está ‘numa boa’ com o preço do gás, gasolina, transporte? Sabemos que o salário mínimo é pequeno, mas não dá para aumentar mais. Cada R$ 1 no salário mínimo são R$ 300 mi no orçamento.”

Mais tarde, o presidente amenizou um pouco o discurso. “Eu não quero problemas com nenhum governador, mas a responsabilidade desse preço alto do combustível tem que ser apontado, quem é o responsável. É uma carga tributária alta.”

Ele ressaltou , no entanto, que nada justifica os preços caírem nas refinarias e nas bombas continuarem os mesmos. A Petrobras anunciou uma nova redução de 4,3% no preço da gasolina e 4,4% no óleo diesel. “Com todo respeito, não pode diminuir mais, não chega para o consumidor. Se não chega, eles estão dando ‘varada’ na água. E eu estou mostrando que a responsabilidade do preço do combustível é minha, mas é dos governadores também. É só isso e mais nada, não fiquem só jogando em mim.”

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a defender que não se pode responsabilizar apenas os governadores pela alta dos combustíveis, ou pelo fato das reduções não estarem chegando ao consumidor. De acordo com ele, o Governo Federal tem três impostos que incidem sobre os combustíveis, e se for do interesso do Palácio do Planalto, que eles sejam reduzidos.

“A melhor forma de governar não é por Whatsapp, é pelo diálogo, pelo entendimento, de forma séria e responsável. Se o presidente Bolsonaro quer o apoio dos governadores, convide os governadores para um diálogo com uma boa pauta. Os governadores certamente participarão de forma responsável, sem populismo, em defesa do que é possível, do que é direito e do que é bom para o Brasil.”

Segundo Doria, na terça-feira os governadores vão se reunir no Distrito Federal, quando o assunto será discutido.

* Com informações da repórter Luciana Verdolin.

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