Bolsonaro critica dados errados na TV e promete ‘atuação forte’ na Amazônia
Em pronunciamento na noite desta sexta-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu com a preservação da Amazônia.
Nos dois últimos dias ele reuniu no Palácio do Planalto vários ministros para discutir o assunto, definir estratégias para conter as queimadas e rebater críticas, principalmente internacionais.
“Diversos países desenvolvidos ainda não conseguiram avançar com seus compromissos no âmbito do Acordo de Paris. Seguimos, como sempre, abertos ao diálogo com base no respeito, da verdade e cientes da nossa soberania”, declarou Bolsonaro.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou as redes sociais para dizer que conversou com o presidente brasileiro por telefone e ofereceu ajuda a Jair Bolsonaro para combater as queimadas na Amazônia.
Trump afirmou ainda que os dois conversaram sobre as expectativas de comércio entre os dois países e afirmou que o relacionamento entre Brasil e Estados Unidos nunca foi tão forte.
Em meio às ameaças de países europeus de criarem empecilhos ao acordo de livre comércio do Mercosul com a União Européia, o presidente Bolsonaro anunciou que o bloco econômico e a Associação Europeia de Comércio Livre, que é formada por Suíça, Noruega e Islândia, também fecharam acordo de livre comércio.
Os países têm PIB de US$ 1 trilhão e é o nono maior grupo comercial do mundo. A ameaça de retaliação comercial dos países ricos preocupa o Palácio do Planalto. O presidente afirmou que teve a garantia de que o Brasil será defendido nesse fim de semana durante a reunião do G7.
“Outros países se solidarizaram com o Brasil, ofereceram meios para combater as queimadas, bem como se prontificaram a elevar a posição brasileira junto ao G7”, disse Bolsonaro no pronunciamento.
Pelas redes sociais, Bolsonaro voltou a criticar o presidente da França, Emanuel Macron. Ele disse que lamenta a posição do chefe de estado ao se dirigir ao presidente brasileiro como mentiroso. Segundo Bolsonaro, não somos nós que divulgamos fotos do século passado para potencializar o ódio contra o Brasil por mera vaidade.
Para combater o que tem chamado de fake news, o governo está divulgando também uma lista com nove fatos sobre os incêndios na Amazônia. Afirma que isso acontece todo ano e que estamos hoje no período mais crítico. O governo ainda garante que as queimadas não estão fora de controle. O comandante do Exército, Edson Pujol, afirmou que os militares estão prontos para atuar assim que forem convocados.
“Aos incautos que insistem em tutelar os desígnios da brasileira Amazônia, não enganem: os soldados do Exército de Caxias estarão sempre atentos e vigilantes, pronto para defender e repelir qualquer tipo de ameaça”, disse Pujol.
Rondônia e Roraima já pediram e garantiram apoio das Forças Armadas, após o governo federal oferecer aos estados a possibilidade de ajuda via GLO, Garantia da Lei de da Ordem, que normalmente é utilizada para conter problemas de segurança pública.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin
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