Bolsonaro critica Mais Médicos no lançamento de novo programa: ‘Salários iam para Fidel’
País abre 4,6 mil vagas para profissionais de saúde com diplomas obtidos em outros países, mas eles terão que ser aprovados no exame Revalida, que dá valor legal ao documento no Brasil
No evento de lançamento do programa Médicos Pelo Brasil, que substitui o Mais Médicos e deve reforçar o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que o novo programa não é uma continuação do anterior, criado em 2013, no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), e que contava com profissionais cubanos sem diploma válido no Brasil. “Entre outras coisas, 80% do salário ia diretamente para Fidel Castro. O pessoal ficava aproximadamente com 20% aqui. Nós tentamos emendar o projeto, de modo que eles pudessem receber o salário no Banco do Brasil ou Caixa Econômica. A oposição, ou melhor, situação naquela época, a esquerda, passou por cima disso. Não foi possível. Tentamos também fazer o mínimo de teste da pessoa, não é um Revalida, não, um mínimo de teste simples, para saber, por exemplo, se Benzetacil é endovenosa, se é muscular, se é oral. Tenho certeza que a maioria não seria aprovada, não conseguiria responder”, disse Bolsonaro.
O programa Médicos Pelo Brasil permite a entrada de médicos estrangeiros ou brasileiros formados no exterior, mas exige a aprovação no exame Revalida, que dá valor legal ao diploma de outro país. Inicialmente, são 4,6 mil vagas para atender quase 2 mil cidades brasileiras. No lançamento do programa foram contratados 529 profissionais de saúde para a primeira etapa. Até o fim deste mês devem ser convocados 1,7 mil médicos. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que o novo programa servirá “de verdade” para assistência à população, com médicos preparados. “Todos nós nos lembramos o que aconteceu nos anos de 2013 e 2014. O governo que estava de plantão à época trouxe um programa que consistia em importar médicos de uma ditadura da América Latina. E esse programa, esses médicos que vinham para o Brasil, 80% do que eles recebiam era retornado para o país de origem. Esses colegas não tinham autonomia para sequer receber o suor do seu trabalho, que eles ganhavam prestando assistência. Isso, no governo Bolsonaro, não acontece mais”, disse Queiroga.
*Com informações da repórter Katiuscia Sotomayor
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