Bolsonaro pede que apoiadores não saiam às ruas em dias de atos divergentes

  • Por Jovem Pan
  • 02/06/2020 07h24 - Atualizado em 02/06/2020 07h52
GABRIELA BILÓ/ESTADÃO CONTEÚDO Jair Bolsonaro

Depois dos confrontos do último final de semana entre apoiadores e grupos contrários ao governo, o presidente Jair Bolsonaro quer que apoiadores evitem manifestações no mesmo dia e local de protestos. O chede do Executivo, que tem participado dos atos de apoio em Brasília, voltou a negar que ele seja o mentor das manifestações e recomendou que os conflitos sejam evitados.

“Eu não coordeno nada, não sou dono de grupo. Eu só vou prestigiar vocês que estão me apoiando. Eu apenas compareço, não conheço praticamente ninguém desses grupos’, disse aos apoiadores.

O tom mais moderado do presidente não significa que a situação está mais tranquila em Brasília. Dentro do Palácio do Planalto, já há quem defenda que é preciso atenção para evitar que o brasil entre em uma onda de manifestações contra o governo. Por outro lado, as recentes declarações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, que mensagens em mensagens no final de semana comparou o Brasil à Alemanha nazista piorou o clima entre os Poderes.

Irritado, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, chamou de injustos os ataques ao presidente. Segundo Ramos, assim como o presidente, ele respeita os valores democráticos do país, mas disse que comparar o Brasil à Alemanha é, no mínimo, infeliz. Celso de Mello teria dito ainda que os bolsonaristas odeiam a democracia.

O vice-presidente, Hamilton Mourão, também usou as redes sociais para afirmar que “enquanto as atribuições dos Poderes estiverem sendo respeitadas, as decisões das autoridades acatadas e a disciplina das FA mantida, não há qualquer ameaça ao Estado de Direito Democrático”. Mourão tem criticado também declarações de que os militares seriam os responsáveis por erros do governo.

A Associação dos juízes federais manifestou em nota preocupação com os ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao Estado Democrático de Direito. A nota é assinada pelo atual presidente e por ex-presidentes da associação.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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