Bolsonaro nega uso do cartão corporativo do Planalto para ‘fazer festa’

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2020 06h29 - Atualizado em 12/05/2020 07h40
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Gabriel Biló/Estadão Conteúdo Palácio do Planalto não detalha as despesas sob o argumento de que os dados e as notas fiscais poderiam colocar em risco a segurança do presidente

O presidente Jair Bolsonaro afirma que o cartão corporativo da presidência da República foi utilizado para custear o resgate dos brasileiros que estavam isolados em Wuhan, na China, no início da pandemia da covid-19.

Por isso, segundo Bolsonaro, a fatura dos quatro primeiros meses de 2020 é duas vezes maior do que a média dos últimos cinco anos. De acordo com dados do Portal da Transparência, de janeiro a abril foram gastos R$ 3.760 milhões com o cartão.

O Palácio do Planalto não detalha as despesas sob o argumento de que os dados e as notas fiscais poderiam colocar em risco a segurança do presidente. Mas, nesta segunda-feira, Bolsonaro fez questão de dizer que o dinheiro não foi utilizado para ‘fazer festa’.

Ao deixar o Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que os gastos aumentaram, na comparação com anos anteriores porque parte da viagem dos aviões da FAB à China foi financiada com o cartão corporativo.

O secretário-geral e fundador da ONG Contas Abertas, Gil Castello Branco, avalia que a justificativa apresentada pelo presidente é plausível, mas questiona o mistério em relação aos gastos.

Segundo dados do Portal da Transparência, não foram só as faturas dos cartões ligados diretamente ao presidente Jair Bolsonaro que aumentaram neste início do ano.

As despesas sigilosas da Presidência, que incluem gastos do Gabinete de Segurança Institucional e da Agência Brasileira de Inteligência, cresceram de maneira geral e atingiram R$ 7.550 milhões nos primeiros meses de 2020.

O valor é 122% maior do que o que foi gasto no mesmo período do último ano do governo Michel Temer, por exemplo.

De acordo com as regras, o chamado Cartão de Pagamento do Governo Federal pode ser utilizado pelo chefe do executivo e familiares, e para custeio das residências oficiais e de gastos corriqueiros da Presidência.

São despesas que não precisam ser licitadas e cujos detalhes, como a data e o motivo, só estão disponíveis para alguns integrantes do próprio governo.

*Com informações do repórter Antônio Maldonado

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