Novas regras para bombeiros visam aumentar prevenção de incêndios em SP, diz porta-voz

  • Por Jovem Pan
  • 20/04/2019 10h35 - Atualizado em 20/04/2019 10h44
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Folhapress Folhapress Em 2015, Museu da Língua Portuguesa pegou fogo; nova lei dá maior autonomia a Corpo de Bombeiros

Entrou em vigor no último dia 10 uma medida que dá maior autonomia e poder de fiscalização ao Corpo de Bombeiros do estado de São Paulo. Dessa forma, a corporação visa aumentar a prevenção de incêndios e pode até aplicar multas para quem não cumprir as regras de segurança.

“Ano passado foram realizados 171 mil vistorias e análises de projetos, isso quer dizer que já trabalhamos com prevenção. Mas mesmo assim tivemos 33 mil incêndios em edificações. Esses números vêm caindo desde 1970, quando tivemos os grandes incêndios nos edifícios Joelma e Andraus, pois desde então vimos que prevenção é o melhor caminho”, explicou o porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo, Capitão Marcos Palumbo, em entrevista ao Jornal da Manhã neste sábado (20).

Palumbo reforçou que a preservação a vida é o maior objetivo da nova lei. “Nos últimos cinco anos tivemos 166 mil incêndios, que vitimaram 4.658 pessoas. É um número grande e a lei vem para ajudar.”

Sobre as novas atribuições, o capitão do Corpo de Bombeiros esclareceu que não serão todos os profissionais habilitados para a aplicação de multas. “Temos 80 agentes vistoriantes do departamento de prevenção, são profissionais treinados, não será qualquer bombeiro que fará a fiscalização. O bombeiro será munido de uma ordem de fiscalização com um QR code, qualquer um poderá checar a veracidade dela e pedimos que façam isso”, disse.

Com a nova legislação, edificações comerciais e residenciais em risco terão prioridade na vistoria dos bombeiros. “Vamos focar em pontos com grau de prioridade em relação ao maior risco para incêndios. Vamos ouvir o Ministério Público, prefeituras, judiciário e as pessoas comuns, que podem fazer denúncias através do site dos bombeiros. Vamos basear nossa fiscalização nos dados estatísticos”, explicou Palumbo.

Sobre o incêndio da catedral de Notre-Dame, em Paris, e no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, o porta-voz dos bombeiros afirmou que é comum edifícios em obras pegarem fogo em decorrência de falha humana.

“Já vi muitos incêndios assim na região do Brás, 25 de março, no centro da cidade, pois muitas vezes cai um pingo de solda em tecido, o operário não percebe até que um pequeno foco vire um grande incêndio, que demoramos para conseguir controlar. É provável que algo nesse sentido tenha acontecido em Paris, quando a própria restauração foi a motivação do incêndio.”

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