Brasil deve registrar quase 17 mil casos de câncer de colo de útero em 2022

Risco estimado do tumor é de 16,35 registros a cada 100 mil mulheres; maior parte dos diagnósticos é causada pela infecção persistente de alguns tipos do papilomavírus humano

  • Por Jovem Pan
  • 10/01/2022 11h47
Reprodução Reprodução Câncer de colo de útero é um dos mais frequentes tumores na população feminina

Para cada ano do biênio 2020-2022, o Brasil deve registrar quase 17 mil casos de câncer de colo de útero. A consultora de vendas Gilza Olioti conta que quando estava grávida de quatro meses, em 2018, procurou um médico imediatamente após ter um sangramento. Antes de descobrir que a Maria Julia estava vindo, um Papanicolau já tinha apontado uma ferida no útero. Exames complementares deram o diagnóstico: um câncer de colo de útero. “Tinha a possibilidade de interromper a minha gestação para já fazer uma cirurgia, retirar o meu útero, porque pelo tamanho que eles perceberam já estava um pouco avançado. Ou fazer quimioterapia grávida, caso eu não optasse pela interrupção. Eu optei por fazer a quimioterapia correndo todos os riscos de mortes. Com 32 semanas de gestação nós retiramos a Maria Júlia para eu continuar o tratamento, porque a quimioterapia dá para fazer grávida, a radioterapia não.”

O câncer de colo de útero é um dos mais frequentes tumores na população feminina. Ao contrário de Gilza, a maior parte dos casos é causada pela infecção persistente de alguns tipos do papilomavírus humano (HPV). O número de casos novos da doença no Brasil é de 16.710, com um risco estimado de 16,35 casos a cada 100 mil mulheres. Neste mês, é comemorado o Janeiro Verde, que busca conscientizar a população sobre a importância da prevenção ao HPV. O ginecologista do Hospital Sírio-Libanês, Alexandre Pupo, lembra da necessidade de acompanhamento e os métodos mais eficazes. “A utilização de preservativo na relação sexual, o sexo seguro, a vacinação dos nossos jovens para evitar que o HPV consiga evoluir no corpo e, uma vez que o HPV se instale, a utilização de métodos de seguimento. Frente à presença de alguma lesão seja identificada e tratada”, afirmou.

Depois de muitos tratamentos, diversas idas e vindas, procedimentos e até uma vaquinha online de R$ 110 mil para bancar uma cirurgia de última hora, Gilza continua fazendo acompanhamento do tumor. Ao compartilhar sua história, ela fez um apelo a todas as mulheres. “O câncer é muito silencioso. Falo para todo mundo fazer o máximo possível de exames, porque quando você começa a sentir alguma coisa é porque ele já está impactando muito o seu corpo, que foi o meu caso.”

*Com informações da repórter Nanny Cox

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