Brasil é 4º país com maior número de ex-tabagistas do mundo

Data celebrada neste 31 de maio e criada pela OMS alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao vício em cigarro

  • Por Jovem Pan
  • 31/05/2022 13h16
Banco de imagens/Pixabay Cinzeiro com um cigarro aceso e outros dez apagados, além de cinzas Cigarro contém 70 produtos que são cancerígenas

Neste dia 31 de maio é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, data criada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. O Brasil é o quarto país com maior número de ex-tabagistas do mundo. Quebrar o vício em nicotina envolve uma terapia de reposição da substância, que evita uma síndrome de abstinência. O pneumologista da Universidade de São Paulo (USP) João Paulo Lotufo reforça que não existe milagre para parar de fumar: “Além dos adesivos, do acompanhamento psicológico, de entender que o indivíduo é dependente, ele precisa afastar o cigarro dele, porque a fissura dura cinco minutos. Se ele resistir aqueles cinco minutos, ele pula aquele cigarro. Existe também a dependência comportamental, que é todo aquele gestual do indivíduo. Então, por exemplo, se ele está fazendo esporte, geralmente ele não está fumando”, diz.

A psicopedagoda Silvana Ribeiro tinha uma rotina matinal: tomar um café, sentar na varanda e fumar um cigarro. Em 7 de setembro de 2020, ela decidiu acabar com o hábito e declarar a independência do cigarro. “Se eu fosse ao cinema, eu tinha que fumar bastante antes, porque não poderia entrar no shopping, enfim… o meu espaço começou a ficar muito limitado. Eu depositava no cigarro uma questão emocional de eu estar segura. Eu não preciso do cigarro, eu sou uma pessoa segura. Emocionalmente, isso é um ganho fantástico. Eu não preciso estar com as pessoas porque eles fumam e eu fumo também, eu posso estar em qualquer ambiente”, comenta. Para quem tem 61 anos e começou a fumar na adolescência, o processo não tem sido fácil. Entretanto, ao mesmo tempo, Silvana diz estar orgulhosa de estar há um ano e nove meses sem fumar. “Os primeiros 15 dias foram uma tortura e meia. Depois do 15º dia foram três torturas, de eu sair na rua e, quando tivesse alguém na rua fumando, eu ia perto para sentir o cheiro. Eu tenho cigarro na bolsa, eu tenho cigarro no armário, porque eu olho para ele e digo: quem manda aqui sou eu, não é você”, comenta Silvana.Além de sentir menos cansaço, colocar fim em dores de cabeça, sinusite e rinite, o paladar e olfato da Silvana melhoraram muitos depois de abandonar o vício.

O pneumologista Paulo Lotufo lembra que o cigarro é causador de diversos tipos de câncer. “Tem lá 70 produtos que são cancerígenas. O cigarro também faz mal para a parte cardiocirculatória, ele causa uma vasoconstrição, se você tiver uma obstrução de qualquer artéria coronária ou cerebral ou mesmo de membro inferior você ter um infarte, um derrame ou até amputação de perna relacionada ao cigarro”, afirma.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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