Brasil é pioneiro no uso de urnas eletrônicas; confira como elas funcionam

  • Por Jovem Pan
  • 05/10/2018 07h10 - Atualizado em 05/10/2018 08h27
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil Apesar de tanta fiscalização, a falta de transparência sobre como os votos são armazenados e auditados alimenta a desconfiança da população

O Brasil é pioneiro no uso das urnas eletrônicas, com a implantação do sistema em 1996. De acordo com o Instituto Internacional para a Democracia e a Assistência Eleitoral, sediado na Suécia, 32 países já utilizaram a tecnologia para garantir agilidade e confiabilidade nos processos eleitorais.

Para garantir a segurança do sistema e dos dados, o Tribunal Superior Eleitoral desenvolveu mecanismos de verificação, auditagem e acompanhamento. Tudo feito com testes públicos.

Partidos políticos e universidades também têm a oportunidade de analisar como os programas são utilizados, assim como a Ordem dos Advogados do Brasil, o Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público e a Polícia Federal.

Apesar de tanta fiscalização, a falta de transparência sobre como os votos são armazenados e auditados alimenta a desconfiança da população.

Mas como é que a urna de fato funciona? A reportagem repassou a pergunta para o professor de segurança da informação da FIAP, Marcelo Lau. Ele explicou que o voto é salvo de forma criptografada, sem rastros dos dados pessoais dos eleitores. Um código de identificação surge no momento da transmissão dos votos, garantindo que não houve modificação.

Como mais um mecanismo de apuração, o Congresso Nacional aprovou em 2015 o voto impresso, que seria um registro do voto, mas o STF barrou a medida.

Para o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, o documento em papel seria facilmente fraudável. Ele destacou que a principal preocupação é a propagação de fake news, que geram insegurança na população, principalmente quanto ao sistema eleitoral.

Com tantos avanços no que diz respeito à segurança de dados, é possível vislumbrar mudanças, no longo prazo, do formato de votação.

A descentralização das informações, por meio de Blockchain, por exemplo, já se mostra possível no ambiente bancário.

Para o presidente da comissão de empreendedorismo e startups da OAB de Pinheiros, Rodrigo Borges, a resistência com as alternativas tem relação com o desinteresse político. Ele acredita, porém, que para tornar o sistema eleitoral mais confiável aos cidadãos, é preciso mudar a cultura do país.

Em 22 anos de uso das urnas eletrônicas no Brasil, a secretaria de Tecnologia da Informação do TSE não identificou tentativa de ataque de hackers a nenhuma das mais de 500 mil urnas ativas no país.

Confira a cobertura completa das Eleições 2018

*Informações do repórter Matheus Meirelles

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