‘Brasil nunca chegou tão bem para uma Copa como nessa’, avalia ex-goleiro do Santos
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, Júlio Sérgio falou sobre o começo do mundial e as expectativas em relação às equipes europeias e sul-americanas
A Seleção Brasileira estreia na Copa do Mundo do Catar nesta quinta-feira, 24, em jogo contra a Sérvia às 16h (horário de Brasília). E para falar sobre o começo do mundial e sobre as expectativas em relação às equipes, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o ex-goleiro do Santos, Júlio Sérgio. O atual treinador reconheceu o favoritismo do Brasil, ponderou que as seleções europeias têm condições superiores, mas exaltou o momento atual do time brasileiro: “As eliminatórias dos europeus são muito mais disputadas e teoricamente são mais difíceis. Aqui são menos países e você acaba jogando contra países que não têm muita tradição, apesar de serem jogos difíceis. Eles chegam teoricamente mais bem preparados que os sul-americanos nesse quesito. Mas, quase todos os jogadores, como atuam na Europa, já estão acostumados a esse nível de competição. O Brasil nunca chegou tão bem para uma Copa como essa”.
“Não acho que seja um clima de já ganhou, mas o Brasil chega muito preparado principalmente no setor ofensivo. Nós temos muita reposição e uma variação muito grande de características e jogadores. É uma equipe muito mais equilibrada do que dos outros mundiais. E sem dúvida o Brasil é favorito”, analisou. Para o ex-goleiro, vai ser observada uma elevação no nível da competição em termos estratégicos e o craque também aposta que os jogadores sul-americanos individualmente têm mais qualidades que os europeus: “Acho que vai ser um mundial muito mais tático (…) Dificilmente você vai ver uma equipe marcando pressão o tempo todo. Os times europeus têm uma característica coletiva muito mais forte que os sul-americanos. Em compensação, os sul-americanos tem uma qualidade individual muito melhor. Isso é visível no time do Brasil e a Argentina tem uma grande equipe. Vai ser um mundial bastante disputado”.
Para Júlio Sérgio, o esporte tem passado por uma evolução constante, por isso, o trabalho de longo prazo do técnico Tite, primeiro a disputar duas Copas seguidas desde Telê Santana, é de extrema importância: “Os europeus vem em uma evolução constante e tem muita literatura sobre isso. A Alemanha foi prova disso no Brasil. Tinha grandes jogadores, obviamente, mas tinha um jogo coletivo acima da média. A Espanha quando foi campeã também. Isso tem feito a diferença. O Brasil, pela primeira vez, deu sequência em um trabalho, tem um trabalho de longo prazo com grandes jogadores. Acho que isso pode fazer a diferença nesse mundial. A qualidade dos jogadores, com a evolução tática que nós tivemos dentro da Seleção e no futebol brasileiro como um todo”. O ex-atleta aposta que o vencedor será uma das seleções tradicionais, mas apontou que Dinamarca, Bélgica, Croácia, Sérvia e Portugal vão dar trabalho para os grandes.
“Dificilmente vai sair da mão dos tradicionais. Faz a diferença esses grandes jogadores que atuam em altíssimo nível e jogam em seleções de mais tradição. Eu acredito muito no Brasil. Acho que o Brasil tem tudo para ser campeão, não vai ser fácil porque os europeus chegam mais bem preparados. Mas tem uma coisa que é diferente nessa Copa do Mundo, que é o período que ela é disputada. Geralmente a competição é disputada em junho e julho, que é o final do calendário europeu. Dezembro vai ser diferente. Muitos jogadores estavam se poupando para o mundial, a França tem sete desfalques e outros grandes jogadores ficaram fora da Copa do Mundo, até por esse momento em que ela é disputada. É um país onde faz muito calor, então várias coisas tem que ser levadas em consideração. Acho que o Brasil nisso conseguiu se preparar muito bem e a gente entra com todos os jogadores à disposição”, avaliou.
O ex-jogador do Santos também falou de um dos ídolos do peixa: Neymar. Para Júlio Sérgio, o craque do PSG é um jogador que está em “outro patamar no nível mundial”: “Está em um grupo seleto de jogadores que têm uma qualidade muito diferenciada. Um jogador que sofre constantemente com críticas, no meu ver ás vezes exageradas. Ele se preparou para esse mundial, ele quer fazer dessa Copa a Copa do Neymar (…) Com a qualidade individual que ele tem, e esses jogadores fazendo todas as movimentações que o Tite gostaria que eles fizessem, tenho certeza que ele vai ser um dos destaques da Copa do Mundo”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.
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