Brasil sobe de posição no ranking mundial de mulheres presas

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2018 13h47 - Atualizado em 12/05/2018 13h48
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Luiz Silveira/Agência CNJ Não são todas as unidades prisionais que oferecem um local específico para visitação

Dados divulgados pelo Ministério da Justiça apontam que o Brasil é o quarto país com mais mulheres presas no mundo.

De acordo com a 2º edição do Infopen, divulgado nesta sexta-feira (11), mais de 42 mil mulheres estavam presas em junho de 2016.

O número supera o da Tailândia, ficando atrás somente dos Estados Unidos, China e Rússia.

Entre essas nações, no entanto, o Brasil se destaca na evolução da taxa de aprisionamento das mulheres.

Entre 2000 a 2016, o crescimento da população carcerária feminina foi de 455%.

O advogado do programa de Violência Institucional da Conectas, Henrique Apolinário, atribui ao aumento a lei de drogas promulgada em 2006.

“O primeiro dado que chama a atenção é a quantidade de mulheres presas relacionadas à lei de drogas”, disse. “Temos também 8% de furto, crime sem violência. Então, temos facilmente cerca de 70% das mulheres presas por crimes sem violência, o que contraria o imaginário popular de que quem está está preso precisa ser afastado da sociedade”, aponto Apolinário.

Um outro ponto do estudo que chama atenção é que quase metade das mulheres encarceradas no Brasil são presas provisórias, ou seja, que ainda não receberam a condenação.

O advogado atrela a dificuldade de acesso à Justiça no país para esse número tão alto:

“Isso é um retrato de como o Brasil produz prisões. As prisões em geral no Brasil é a prisão em flagrante, não a prisão que decorreu de uma gfrande investigação, um grande investimento em policiamento investigativo que vai desmantelar grandes grupos criminosos”, ponderou.

“Não, quem o Brasil prende é quem é mais fácil prender. Flagrante, policiamento ostensivo, pessoa que não tem muito dinheiro para se defender, tanto homens quanto mulheres”, analisa.

O levantamento feito pelo Ministério da Justiça aponta também a dificuldade de conseguir informações relacionadas ao número de filhos das detentas.

De acordo com o estudo, cerca de 74% das mulheres que a pasta conseguiu ter acesso, são mães. Mas não são todas as unidades prisionais que oferecem um local específico para visitação.

Oito estados brasileiros não possuem um espaço destinado à visitas, o que incentiva ao abandono por maridos, filhos e amigos.

Reportagem de Natacha Mazzaro ao Jornal da Manhã

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