Brasileiro repatriado em avião da FAB conta que se assustou com fuzil nas mãos de civil ucraniano: ‘Choque gigantesco’

Em entrevista ao Jornal da Manhã, Rony de Moura deu detalhes da rotina na cidade de Kiev nos últimos dias, citando também a falta de produtos em supermercados

  • Por Jovem Pan
  • 11/03/2022 14h36 - Atualizado em 11/03/2022 16h53
EFE/EPA/ROMAN PILIPEY Membros das forças armadas ucranianas nos arredores de Kiev Brasileiro estava em Kiev antes de deixar a capital rumo a Lviv

O avião da Força Aérea Brasileira que foi buscar brasileiros que deixaram a Ucrânia após a invasão da Rússia chegou na quinta-feira, 10, em solo brasileiro. O primeiro pouso foi em Recife, e por volta das 12h os refugiados chegaram em Brasília. Foram mais de 24 horas de voo e na aeronave estavam: 42 brasileiros, 20 ucranianos, cinco argentinos e um colombiano, incluindo 14 crianças, oito cachorros e dois gatos resgatados. Em entrevista à Jovem Pan, o estudante de medicina Rony de Moura, que foi um dos brasileiros que retornou ao Brasil, falou sobre as últimas semanas na Ucrânia, dando detalhes sobre a situação de Kiev, capital do país. Um dos principais pontos levantados por Rony foi quando entrou em um carro de um civil e encontrou armas distribuídas pelo governo ucraniano para que a população se defenda. Além disso, ele também relatou a falta de produtos em um supermercado, causada pela alta procura das famílias da região.

“O pior dia meu foi num sábado, porque eu tinha três amigos que estavam junto do pessoal que jogava num famoso time de futebol. Eles estavam no hotel, mas o pessoal do time saiu e deixou os brasileiros lá sem avisar a embaixada. eu fui atrás deles […] e andei uns 8km até o encontro deles e fui impedido por um policial que me parou e pediu para eu voltar para casa. No caminho de volta para casa, pedi uma carona e entrei em um carro que tinha um fuzil na parte da frente. Na parte traseira do carro tinha uma escopeta. Era um civil que tinha recebido uma arma do governo para se proteger. Quando eu cheguei perto de casa, fui ao supermercado e foi um choque gigantesco entrar no supermercado e não encontrar praticamente nada. Nem água para comprar. Foi um choque de realidade”, relatou Rony em entrevista ao Jornal da Manhã.

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