Brasileiros apoiariam uso da inteligência artificial na vida de seus filhos, diz pesquisa
Você deixaria que o seu filho fosse operado por um robô? E que tal substituir remédios por terapias com realidade virtual para tirar a dor? Uma pesquisa da IEEE (AI TRIPLE I) revela que a maioria dos pais da geração milênio, de diversos países, está propensa a aceitar cada vez mais a presença da inteligência artificial na vida dos filhos, que pertencem a geração Alfa.
O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e integrante do IEEE, Edson Prestes, explica que esta geração de crianças nascidas entre 2010 e 2025 está crescendo com a inteligência artificial.
O benefício ocorre em quase todos os aspectos, e o brasileiro aprova a evolução. “O brasileiro adora tecnologia. Adora tecnologia e imaginar que eles vão estar imersos em um mundo tecnológico. É isso que é mostrado nesse relatório da AI TRIPLE I. Ou seja, não somente o brasileiro, mas várias nacionalidades se imaginam em um futuro muito tecnológico”, afirma.
A maioria dos pais brasileiros aceitaria que um coração 3D, por exemplo, devidamente testado, fosse implantado nos filhos caso necessário no futuro. O dado é de um estudo global que revela a confiança dos brasileiros na inteligência artificial para saúde e bem estar.
No entanto, especialistas alertam que é preciso uma discussão mais ampla sobre o uso de inteligência artificial. Para o professor da UFRGS, pouco está sendo discutido sobre os impactos sociais dessas relações.
“Porém ao mesmo tempo que mostra essa receptividade, mostra também um desconhecimento sobre o impacto da tecnologia na vida das pessoas. Ou seja, essas pessoas, ao mesmo tempo que veem que a tecnologia pode trazer inúmeros benefícios, elas não refletem sobre qual o impacto da tecnologia na sua vida”, ressalta Prestes.
A pesquisa revela que os Estados Unidos são exceção ao permitirem que crianças sejam operadas por robôs. No entanto, os norte-americanos são mais conservadores quando se trata do cuidado de crianças por uma enfermeira virtual: 67% não se sentiriam à vontade com a situação.
Já na China, na Índia e no Brasil, os pais se sentiriam muito à vontade em deixar o filho no hospital aos cuidados de um profissional movido a inteligência artificial.
Os brasileiros também se mostram aliviados quando o assunto é levar o filho para a escola: 67% disseram estar muito propensos a permitir o uso de ônibus escolares autônomos, a fim de minimizar o estresse.
Para a realização da pesquisa, dois mil pais com idades entre 23 e 38 anos, com filhos menores de nove anos, foram ouvidos nos Estados Unidos, Reino Unido, Índia, China e Brasil.
*Com informações da repórter Marcella Lourenzetto
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