Brexit pode ser mais devastador para a economia do Reino Unido que crise de 2008

  • Por Ulisses Neto/Jovem Pan
  • 29/11/2018 09h26
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EFE EFE O PIB britânico pode encolher até 8% logo após a separação e o preço dos imóveis no país seria reduzido em até 30%, de acordo com o Banco Central inglês

O governo britânico reconheceu que não existe cenário em que o Reino Unido sairá ganhando economicamente com o divórcio da União Europeia.

Números divulgados pelo Banco da Inglaterra, o banco central local, mostram que, em dando tudo certo – ou seja, o acordo firmado pela primeira-ministra Theresa May com o bloco seguindo adiante e aprovado pelos dois lados -, ainda assim a economia britânica será 1% menor daqui a cinco anos em relação ao que seria se o país permanecesse na União Europeia.

Já o pior cenário possível – que é o divórcio litigioso mesmo, sem nenhum acordo, beira a catástrofe para os britânicos.

O PIB britânico pode encolher até 8% logo após a separação e o preço dos imóveis no país seria reduzido em até 30%, de acordo com o Banco Central inglês.

Mark Carney, presidente do Banco da Inglaterra, explicou que os cenários analisados mostram uma direção clara para a redução da abertura que o Reino Unido terá ao comércio global: menos capacidade de fornecimento de produtos, demanda menor, libra desvalorizada e inflação maior.

Em suma, as autoridades locais concluíram que o divórcio pode ser mais devastador para a economia local que a crise de 2008.

Os dados levantaram os pedidos de alguns parlamentares para a realização de um segundo referendo, na expectativa de que a decisão de 2016 seja revertida. O que ainda parece improvável.

A oposição já declarou que vai votar contra o acordo em 11 de dezembro, o que pode desencadear o cenário catastrófico previsto pelas autoridades locais e que inevitavelmente também terá consequências negativas para a União Europeia, por isso a repercussão ao redor do continente.

Está cada vez mais claro que os eleitores britânicos votaram com o estômago em 2016 e a lambança está armada. A primeira-ministra tenta minimizar os efeitos do Brexit, mas como as autoridades europeias têm repetido, ninguém sairá ganhando com essa história toda.

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