‘Bruno foi o político que o Brasil precisa’, diz ex-presidente do PSDB
Ex-senador José Aníbal afirmou que o tucano deixou um legado de diálogo e apaziguamento e que a sua gestão e a postura devem guiar a próxima candidatura nacional da sigla
O ex-senador e ex-presidente do PSDB José Aníbal lamentou a morte do prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas, que faleceu neste domingo, 16, após a luta contra um câncer. Em entrevista ao Jornal da Manhã nesta segunda-feira, 17, o ex-presidente do PSDB não poupou elogios à política conciliadora de Covas e lembrou o legado que o tucano deixa ao partido. “O Bruno foi o político que o Brasil precisa. O político de diálogo, de busca de convergências, de não tratar adversário como inimigo. Ele não tinha aquela coisa do ódio, agia no sentido da política”, elogiou Aníbal. De acordo com o ex-presidente do PSDB, a gestão e a postura de Covas devem guiar a próxima candidatura nacional da sigla. “O Bruno criou e trabalhou esse caminho. Um desempenho de quem tem foco na gestão, no resultado para o cidadão. Eu espero que o PSDB construa uma candidatura à presidência da República que dialogue com todas as frentes. O Brasil precisa de um certo apaziguamento”, disse.
Para Aníbal, Covas foi um exemplo quando implementou o benefício municipal. “Quando o governo federal encerrou o auxílio emergencial em 2020, o Bruno decidiu fazer um auxílio de R$ 100 em outubro, novembro e dezembro. Ele não saiu falando: ‘Olha, o governo parou de dar recurso’. Ele simplesmente fez essa compensação. Era um político sintonizado com o seu tempo, com a realidade, com os desafios que estavam colocados, mas sem operar numa postura irracional ou arrogante.” Segundo Aníbal, Covas mostrou que é possível fazer política de uma maneira diferente. “Existem outros políticos também, mas o Bruno foi eleito na maior cidade do Brasil, a cidade onde a diversidade está muito presentes. O melhor novo político do Brasil que o PSDB tinha”, completou. Com a morte de Covas, o eleito vice-prefeito no pleito municipal de 2020, Ricardo Nunes (MDB), de 53 anos, assume definitivamente a Prefeitura de São Paulo. Assim, o PSDB perde o controle da maior capital brasileira. “Claro que há um impacto forte no PSDB com a perda do Bruno. Ele transcendia São Paulo, estava se tornando uma liderança nacional”, afirma. Sobre a gestão de Nunes, Aníbal espera que não haja interrupção no padrão que Bruno vinha operando. “O avô dele, Mário Covas, dizia que o vice sempre devia ser alguém muito sintonizado com o titular. Deve haver continuidade.”
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