Busca por cirurgia plástica de redução das mamas cresce entre adolescentes
Especialistas avaliam condições para que redução das mamas seja feita na adolescência
Quando tinha 12 anos, a estudante Letícia Osvath começou a notar que os seios dela cresciam mais rápido que o das amigas. Ela esperou alguns anos para ver se o corpo passaria por alguma mudança, mas aos 14 anos o aumento foi maior. “Tinha que ir de sutiã para a escola, mas quando tinha educação física eu queria ir de top, porque não tinha sustentação nenhuma. Na praia, nunca pude usar biquíni de cordinha, mais fininho, porque cortava o meu pescoço. E na parte da autoestima foi querer usar um vestido sem sutiã, coisas assim que não podia comprar qualquer blusinha porque o bojo não tinha como segurar”, contou Letícia. Aos 17 anos, após engordar alguns quilos por causa da pandemia, ela conversou com os pais e optou por uma cirurgia de redução de mamas. “Como tinha engordado muito, as roupas não estavam cabem por estar gordinha e pelo peito ter crescido muito. Foi um dia que estava em casa vestindo uma blusinha, minha mãe disse: ‘Vamos conversar com seu pai, você está sofrendo’. Então sentei com ele, ele falou ‘é seu corpo, sua aparência, mas seu sofrimento passa para a gente’”, afirmou.
Ao contrário de outras cirurgias plásticas, a redução das mamas pode ser feita ainda na adolescência. Jovens que têm problemas na coluna ou feridas na região dos seios por causa do contato da pele, podem recorrer à mamoplastia redutora. “Muitas vezes cresce a mama mais cedo e acaba procurando a cirurgia mais cedo. Antes, a gente via que eram pessoas que vinham com 18,19, 20 anos. Hoje, vejo 13, 14, 15 anos procurando essa cirurgia. São casos que precisa fazer uma avaliação, tem que ver se houve a formação completa dessa mama. Muitas vezes a gente passa para o pediatra fazer essa avaliação por meio do raio-x de punho. A gente já pegou caso de menina de 12 anos com gigantomastia severa, 3 kg de cada mama a gente acabou tirando. É uma paciente que está com problemas psicológicos, sociais e problemas físicos. Coluna, dermatite de contato com infecção bacteriana. Mesmo que a mama não esteja tão formada, a gente coloca na balança os riscos e benefícios”, esclarece o cirurgião Alexandre Kataoka.
O cirurgião plástico Esmail Safaddine lembra que existem tipos de cirurgias diferentes, indicadas para cada caso. “Toda mama a partir do grau 2 ou 3 de caimento da mama, o tratamento é cirúrgico. Existem meninas que acham que a parte de emagrecimento é importante, elas emagrecem e a mama diminui de volume, mas continua flácida. Então, nesse caso o tratamento seria a mastopexia. Mas em caso de mamas grandes e caídas, a redução da mama é a melhor solução para isso”, pontua o médico. Para Letícia, ter feito a cirurgia mudou completamente o modo de viver. “Era muito corcunda por causa de pesar para frente o seio grande. A parte mais legal é ter visto roupas que não conseguia usar, sem sutiã, top sem alça, nunca imaginava utilizar. Indo para a praia com os biquínis que sempre quis. Fico até feliz de ter conseguido ter feito a cirurgia com 17 anos, hoje faz um ano que consigo fazer tudo que tinha insegurança.”
*Com informações da repórter Nanny Cox
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