‘Caixa 3’ de Maia: Dodge tem 15 dias para decidir sobre indiciamento

  • Por Jovem Pan
  • 27/08/2019 07h34 - Atualizado em 27/08/2019 10h04
Divulgação/DEM Presidente da Câmara e seu pai, César Maia, teriam recebido R$ 1,6 milhão em propina

Em relatório final divulgado nesta segunda-feira (26), a Polícia Federal (PF) acusa o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois.

O inquérito da Lava Jato é parte das investigações sobre supostos repasses da empreiteira Odebrecht ao deputado e ao pai dele, César Maia, ex-prefeito e atual vereador do Rio de Janeiro. Executivos da empresa apresentaram planilhas do chamado departamento de propinas da Odebrecht, nas quais Maia é identificado como ‘Botafogo’.

Segundo a PF, Maia e o pai teriam recebido até R$ 1,6 milhão entre os anos de 2008 e 2014. Os recursos teriam sido entregues em espécie, o chamado caixa dois, e também por meio de doações eleitorais do Grupo Petrópolis, usado pela empreiteira para terceirizar suas contribuições, o chamado caixa três.

Para os investigadores, a contrapartida das doações seria o exercício de influência do grupo Odebrecht sobre Maia e outros políticos fluminenses em projetos de interesse da empresa.

O relatório da PF foi entregue ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin. O ministro determinou um prazo de 15 dias para a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, decidir se oferece denúncia contra Maia.

Em nota, o presidente da Câmara afirmou que todas as doações que recebeu em campanhas eleitorais foram solicitadas dentro da legislação, contabilizadas e declaradas à Justiça. Segundo ele, a conclusão do relatório da PF não tem embasamento fático, comprobatório ou legal.

Maia ainda disse confiar na Justiça e estar seguro de que os fatos serão esclarecidos.

*Com informações da repórter Victoria Abel 

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