Câmara analisa proibir venda de sacolas plásticas em mercados da cidade de SP

Projeto de lei foi aprovado na primeira votação, e a data da segunda ainda não foi determinada; assessora da FecomercioSP afirma que a medida vai prejudicar o meio ambiente

  • Por Jovem Pan
  • 22/08/2020 11h42
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Fotos Públicas Quando a cobrança começou a ser feita ao final da compra, em 2015, o material usado e as dimensões foram modificadas

A Câmara Municipal de São Paulo analisa a proibição da venda de sacolas plásticas em supermercados da capital. A ideia do Projeto de Lei 274/18 é estimular o consumidor a usar alternativas como as famosas Ecobags. A proposta ainda torna obrigatório o fornecimento gratuito de sacolas bioplásticas, desde que estejam de acordo com as resoluções da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana. O superintendente da Associação Paulista de Supermercados, Carlos Corrêa, afirma que o consumidor já criou o hábito de usar menos materiais descartáveis, o que torna a medida um retrocesso. “Já vimos pessoas, apesar de serem conscientes, esqueceram de levar suas sacolas e se utilizaram de caixas do supermercado. Em 2015, reduzimos 500 toneladas de resíduos plásticos que iam direto para o meio-ambiente”, diz.

Quando a cobrança começou a ser feita ao final da compra, em 2015, o material usado e as dimensões foram modificadas. A intenção de criar uma sacola mais resistente e maior foi reduzir o número das unidades usadas por cada consumidor e aumentar o número de utilizações. A matéria-prima passou a ser 49% de petróleo e 51% da cana-de-açúcar — uma fonte que é renovável, mas não é biodegradável, tornando o tempo de decomposição igual ao do plástico comum.

Apesar da característica reciclável, a assessora técnica do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, Cristiane Cortez, afirma que a medida vai prejudicar o meio ambiente. “A partir do momento em que ela for distribuída de maneira gratuita, no nosso entendimento é que as pessoas vão voltar a pegar uma quantidade maior do que o necessário, e que e vai ter maior consumo de plástico. A gente acha que até um problema de enchente pode ser agravado, porque o plastico entra na boca de lobo e causa entupimentos”, explica.

O autor do projeto, o vereador Zé Turin, acredita que o uso exacerbado das sacolas não deve ocorrer caso o projeto seja aprovado. Segundo ele, a partir do momento que não houver a cobrança, isso vai onerar as grandes redes de supermercado em uma despesa a mais. “Eles vão voltar a fazer campanha para as pessoas usarem sacolas retornáveis”, argumenta. O PL foi aprovado em primeira votação no dia 15 de agosto na Câmara Municipal de São Paulo.  A data da segunda votação ainda não foi determinada.

* Com informações da repórter Nanny Cox

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